sexta-feira, 26 de março de 2010

Nardonis e Cembranellis de cada dia...

Hoje cheguei em casa, liguei o computador e escolhi uma bela canção do U2 para divagar. 'Miss Sarajevo' o nome dela. Enquanto a melodia inebria meu inconsciente, ouço vindo da sala, noticias sobre o caso da garota Isabella Nardoni e logo o Pavarotti é posto de lado, ante a gravidade do assunto: um crime bárbaro, que abalou não somente a opinião pública como os alicerces familiares da nação tupiniquim. É fato que as provas incriminam Alexandre e Anna jatobá e para saber disso não é necessário ser bom em leis ou preceitos éticos: precisa-se apenas analisar o conjunto de ações. Com relação a isso não há o que se contestar. O que me preocupa de verdade é como o brasileiro avalia uma situação, e em seguida, toma posse dos direitos para julgá-la. Ora, o pai arremessou a garota pela janela ainda com vida? SIM! E ele merece ser punido por isso? Sim! Mas cabe ao ordenamento jurídico essa sentença e não, a mim, você ou ele e ela. Eu fico impressionada com a quantidade de juizes de Direito e promotores sem diploma espalhados no Brasil julgando o destino do casal de maneira mais horrenda do que o crime em si o qual são acusados. É fato que Alexandre Nardoni e Anna Jatobá mataram a garota Isabella, mas, há de se observar também que esses são dois seres humanos e como nós, sujeitos à falha. Todos os dias, arremessamos garotas de 5 anos pela janela e se você for hipócrita o suficiente para dizer que não, baixe a 'crina' e se 're-avalie'. Milhares de crianças pobres são abandonadas à margem do crescimento global, e elas estão morrendo para que o mundo 'evolua'. Eles passam fome e morrem de forma bem MAIS BÁRBARA, como fome, drogas e prostituição. Com isso não quero atenuar a situação hedionda como a pobre criança Isabela foi morta, mas sim, mostrar aos que hoje desejam pena de morte para ALEXANDRE  e ANNA JATOBÁ que todos os dias nós também arremessamos crianças ao caos, a miséria e a falta de futuro. Antes de acusa-los, se acuse! Deixemos para o Cembranelli, para a comissão do Juri e para aquele que realmente tem o direito de julgá-los: Deus! A todos nós, só nos resta O DEVER de preservar o bom senso e a atenção para os menos favorecidos. Deixemos de hipocrisia, pois quando tratamos com indiferença esse casal, criamos um celeiro para que mais 'alexandres' surjam. Quem acompanhou esse caso sob um prisma jurídico obviamente saberá que o clamor popular  influencia a sentença do caso,e se não fosse por isso, talvez a condição financeira dos dois dispusesse uma punição mais branda. Esse caso é emblemático sim, mas, está na hora do brasileiro parar de ter mente curta, e se lembrar também do que diariamente arremessa pela janela.

3 comentários:

Alexandre Negromonte disse...

A sua última frase foi de arrepiar! Não é à toa que tive muita afinidade com seu blog. Parabéns. Realmente, o Brasil é comumente um país não só de "juízes de direito" como também de "médicos", "clérigos", "árbitros" e "professores". Lástima!

Anônimo disse...

boa :D

Paterson Franco disse...

karllinha, sou seu fã!!! muito bom texto, realmente algo que tá aí e esses hipócritas que tanto criticam e condenam o casal nardoni nem percebem! aliás, eu não dei a mínima pra esse caso, isso é tudo sensacionalismo e fato é que coisas assim acontecem todos os dias nas favelas e periferias brasileiras, mas a sociedade não se importa porque são pobres e miseráveis, mas quando um crime desses acontece numa família rica, mobiliza todo o país! vc definiu bem, são todos hipócritas!