domingo, 14 de março de 2010

Bizarre Love triangle

ELA
"Eu fiquei deitada. Minhas pernas não responderiam a quaisquer avanços do relógio ou telefone.Tive medo de cair, e por isso fiquei ali, deitada. Parada dentro de meus agitados pensamentos confusos.Oh Deus como eu queria encerrar aquilo dentro de mim.
Ele estava indo embora. Me deixou só, e sozinha eu fiquei. Pra variar, beijou-me a testa e disse sentir saudades antecipadas antes mesmo de sair de meu quarto, enquanto ligava o celular. Certamente era para avisá-la de que o atraso tinha se encerrado e estaria indo buscá-la para um dos passeios de fim de semana. Eu, feito uma babaca, poderia correr, tomar o telefone e informar que na verdade eu não era uma potencial cliente do ramo mas sim o  cano de escape dele quando a semana se fodia por si só ou quando ela negava fogo e carinho.Poderia insultá-la das mil e uma coisas que me dissera sobre sua frigidez ou até mesmo do odor que exalava quando se excitava.Poderia destruir o cerne daquela que destruia a minha paz! Mas não. Optei apenas por dar um breve 'tchau' e fingir estar mais preocupada com meus estudos enfadonhos sobre ciência política. Eu sei fingir bem, e fazia com tanto gosto que as vezes não sabia se realmente me importava com a presença dela em minha vida atrapalhando o que eu considero como 'relacionamento' ou se realmente fingia, por puro costume ou conveniência.É melhor fingir não gostar dele do que demonstrar tudo isso e no fim das contas ter que contentar com esse status maldito de amante!Ele nunca vai terminar com ela. Admito! E isso me incomoda...''

ELE
''Odeio quando a tarde termina! Por que não sou forte o bastante e resolvo isso de uma vez por todas? Gosto dela mas a Joana ficaria arrasada. Ela também nem parece se importar! Oh só, tô indo embora e ela só se importa em procurar as anotações dos cadernos. Como foi que ela ficou tão fria? Agora parece que sou só uma transa! O cheiro dela, ainda tá aqui nos meus dedos mas ela parece que nem sentirá minha falta enquanto eu estiver cruzando a rodovia. Por que não diz o que ela me pediu há um ano? Acho que agora não dá mais tempo. Antes, a testa quente e agora os olhos baixos e incisivos. Não, definitivamente ela não me ama mais, devo ser só conveniência. Terminar com a Joana será burrice!''


-Você promete me dizer um dia, Flávio?
-Dizer? Dizer o que?
-Dizer que me ama!
-Ora, e por que não diria?
-Sei lá! Por medo
-Medo de que?
-Medo de que eu não sinta o mesmo e esteja bancando o bobo
-Você não parece ser do tipo que finge
-Vai saber!!!

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