sábado, 28 de dezembro de 2019

Como coisa tua

Ao que tudo indica nessa era, seremos as almas aqui perdidas,
e com alguma sorte, sem um adeus ou despedida, saberemos 
ao fim de tudo isso, se alguma emoção dessas 
merece enfim, ser sentida!

Não me faço de rogada, talvez soturna ou coisa parecida,
mas faço de conta que como uma noite de lua, sou ainda preferida 
E dentre os desertos que habitamos, não perderemos tempo
com o coração e suas intensas voltas e imensas batidas,

Porque cá dentro, nesse velho e inesperado coração,
eu errei de veia e me perdi,
E não há nada que me faça voltar agora, nem mesmo
o medo de onde um dia eu parti,
A não ser um longo silêncio, vazio de morada,
e de tudo que como coisa tua, um dia conheci! 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Red bird

De vez em quando
Só de vez em quando
Eu revisito os amores que cá dentro eu albergo
Mas não enganem vossos corações
com a premissa de que alguma insurreição dessas eu espero

Vivo à espera sem fim de que algum sentido que não só aqui,
seja sentido do outro lado - e não apenas dentro de mim.

De quando em vez,
De tudo que em mim se desfez, eu me permito olhar e reviver os dissabores,
um de cada vez
Mas não sinta certeza plena de nada, nem adiante as paginas na pressa de chegar,
Porque para ter de mim o universo, não é preciso açúcar, mas bastante afeto por toda
essa minha insurgência de amar!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

The rain song


 Tenho morrido aos poucos, e aos tantos, e aos montes, que nem mesmo olhar pro horizonte me satisfaz mais
Desejo sobreviver a esses instantes, pra não ser apenas uma memória, um percalço,  um pedaço ou um livro perdido na estante, a entulhar o vazio de uma calma na alma
Satisfaço aqui e a ti, obedecendo em silêncio quando ca dentro o bater descompassado desconcerta o meu peito, e o que sobra de mim aquieta, não se fala. 
Precisar sem aprisionar é o primeiro dos revertérios de um coração sentidor. Ir e voltar sem ao menos questionar o que pra nós nessa ausência toda, preciso for. 
É a primavera da minha vida, e as flores estão reverberando. O que cá dentro você não sabe - e eu nem ameaço te contar sobre esse encanto - é que faz parte de todo esse pranto, o morrer e o esperar pelo que pode vir, de qualquer lado,  qualquer canto.
Tenho morrido aos poucos e aos tantos, e aos montes, que ao menor sinal de vida eu te contaria sobre as coisas que você nem sabe que pode ter, quiçá sentir falta, poderia!