terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ao infinito!


  Que se faça luz, quando já não há mais nada! Que alguém chame os cavalos, os guardas, os cavaleiros e os templários, e a eles, peça o infortúnio de lutar numa guerra onde já não importa mais, ganhar ou perder! Que se convaleça a parte ferida, da parte vencedora, num conflito sem nexo, sem sexo e sem amor. "Eu não tenho mais pressa, e nem perco mais tempo, e já não quero ter tudo, e nem desisto de mais nada"...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quando olhar pra trás dói, e pra frente, dá medo - Parte I


   Eu nunca realmente fui do tipo que achava que a Barbie morasse num lindo arco íris são paulino colorido e que o Ken fosse o boneco perfeito para ela. Na verdade, sempre o achei meio gay, e que a Barbie deveria ser delegada, assim como eu queria ser, e desse um pé na bunda daquele mauricinho idiota. Nunca achei que aquele carro rosa fosse a solução para as celulites dela.
  E depois de " grande " afinal, de salto alcanço 1.78, segui meu pensamento por vezes pessimista acerca do Happy Ending. De fato, nunca consegui atribuir ao homem, a qualidade intríseca de despertar verdade, veracidade, sinceridade e por que nao dizer, fidelidade. Nunca consegui acreditar nem quando o Willian Bonner dizia "boa noite", sempre esperava a Fátima ensejar o fim da noite para que de fato, eu mudasse de canal. Com isso, não quero desesperançar as mais sebastianistas que esperam, de alguma forma, satisfazer seus anseios e carências em cima da propaganda positiva em cima do relacionamento. Na verdade, por mais fria e seca que eu seja, também espero e desejo sentir alguma verdade no olhar, no beijo e fala. Preciso sentir todo aquele amor que o cabeludo jogou na cruz e que parece não ter valido nada. Parece que a cada dia que se passa, também com ele vai a minha esperança de acreditar nas pessoas e no que elas possam nos dar, de maneira gratuita. Ontem eu senti a pior das sensações que uma mulher pode sentir e digo sem nenhum medo de errar: ninguém no fim das contas, vai se preocupar tanto com você...
   Pra não dizer que não falei das flores, confesso já ter errado com ele também. Realmente eu não sou o mais exemplar dos seres da terra da flor roxa e disso tenho convicção, afinal, todo mundo erra. Errei muito quando depositei toda aquela esperança numa pessoa que talvez nem tenha essa mesma esperança para com a sua própria vida, futuro e amor. Não sei porquê resolvi me entregar, mas se o fiz, foi porque quis. A gente só dá aquilo que tem e hoje eu percebo isso da forma mais dolorosa possível. Me sinto traida, enganada, pela pessoa a qual mais me doei, e de forma incólume, livre de mágoas e resquícios de um amor abandonado. Hoje eu sinto o quanto me dói olhar para trás e quanto me assusta imaginar o que vem pela frente, me baseando num presente que de fato é tudo, menos um "presente". Vejo hoje que imprimir uma realidade em alguém é acima de tudo, sair do chão em busca de um solo que não existe, superficial e flutuante. Tenho hoje a certeza de que amar alguém é alem de tudo, expulsar verdades, posto que muita coisa a gente sublima, deixa passar...
   E por fim, fica a saudade do que não vivi. Resta a mesma velha garota com as mesmas certezas que por algum tempo, foram esquecidas. Fica a prova de que amar alguém implica riscos, os quais a gente tem que estar disposto a correr, senão, padece sozinho.

Your heart is not open so I must go


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Soneto de infidelidade


  De onde vem a falta
   Vem também o medo
   Do que se esconde no escuro
   Do que parece  ser segredo!
   Que de nada valeria,
   Se tudo fosse, no fim, alegria!
   Que nada é contente,
   Se não for no mínimo, indecente 
   Que só entre quatro paredes se diz, 
   Só entre quatro paredes se sente!

   Da onde vem a falta
   Vem também a agonia
   De perder tudo que já foi
Já é, e talvez seria!
  Se não fosse a harmonia, talvez não  se desse a falta
  Que dentro de uma alma descontente, habita uma outra, calada.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Panos de chão, Fluminense e Leaving on a jet plane


   Existem duas coisas que são infinitas: o universo e a minha vocação pela auto-destruição. Costumo dizer ser uma espécie de mistura da bomba atômica soviética com novelas mexicanas, aquelas mais complexas, melosas e bregas. Consigo reunir num único epicentro, uma agressividade cósmica, uma hostilidade quase colossal, um punhado de hamsters e um CD do Roberto Carlos. Dou vida a sentimentos animalescos, e por vezes deixo a animosidade ditar quem eu sou. Consigo ficar impenetravelmente sólida diante de um imbróglio do dia a dia mas não resisto a um animal me olhando comer na cantina da UFPB. Uma espécie de "Felicia" dos tempos modernos.
   Ao mesmo tempo em que me compadeço com questões sociais e etc, não consigo derreter minha alma quando o problema é meu mesmo. Não tenho pena de mim, de certa forma me machuco e deixo que os olhos vermelhos permeiem entre a realidade feliz e a tristeza aparente.
   Parei de tentar dar um fim a eles, inserindo outro problema. Deixei de sublimar as coisas, como numa tentativa de ignorar a questão mais latente dos meus últimos anos de vida. Nunca fui uma espécie de protagonista da minha própria vida, e sempre deixei que situações e pessoas tomassem o lugar o qual pertencia somente a mim. Decidi então que o pano de chão tem forma, por mais que não agrade e diferente que seja. Ele existe, não na cor que gostaria que fosse, mas na tonalidade que precisa ter, para existir. O Fluminense existe, os panos de chão aos montes e "..i dont know when i'll be back again..." . Com isso, não estou abolindo a escravatura de minha alma ante às questões que ainda moram e habitam o mesmo lugar que a bondade, a caridade e a inteligência. Se o amor for acessório, que exista somente a paixão, porquanto dure, e queime.
   Ter ou não ter uma pessoa comigo, hoje, não faz mais a cabeça. Se talvez exista um sub-espaço dentro dessa inteligência que prefira a beleza como forma de vida, que caia por terra. Que eu me conforme de alguma forma com o que me foi dado e espante de vez esse estigma que me deprime, possui e engloba o que sobra de confiança. Que eu escanteie de vez os medos, expurgues os fantasmas e exorcise os traumas e ânsias, pois ninguém merece isso. Se tiver de partir, que seja com um beijo, e nada mais!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

E isso explica porquê o sexo é assunto popular!


   Eu desço dessa baraúna de certezas e afirmo: o singular nunca foi tão plural quanto agora. Queria usar de lógica e explicar como se dá essa certeza tão latente, tão viva e presente! Queria usar de palavras, metros e distâncias de afetos para quem sabe, elucidar essa teoria, esse crime e castigo!
   E nessa tentativa, com acertos e despeitos perdidos nesse meio, me encontro. Tão só e tão cheia, parece que enfim, encontrei a certeza para todas as palavras. Significados, emoções e coisa viva nunca foram tão pulsantes, tal qual diva em ladeiras de olinda. O amor, ou o mais próximo disso que a humanidade consegue sentir, é uma realidade quase brasileira, de tão realista e pueril. É inocente, é decadente, suja e indecente, porque o amor nada tem a ver com o sóbrio. Ele é ébrio, incognicível e perecível. É deprimente, dependente, horroroso e inocente. É como cair, cortar, doer e ficar deitado...   tão só, tão contente!
  O amor é Tiririca, não é Buarque. Não é camões, é Lula.
  Não é uma realidade inalcançável e inatingível, é completamente sólida e exequível. É verborragia, é hemorragia de sensações e sentimentos. É soltar a mão do mundo para segurar uma só! É se ver contente, cantando numa nota só.
   É verdadeiro, e em nada, utópico. Só faz sentido se for por dois, sentido. Só significa se for um amor que signifique, e não, que complique! No mais, é dor que não desatina.
   Quanto a Buarque, fica reservada a matéria de falar. Sendo ele como é, fica concedido o ato de tentar dar verossimilhança misturada em tudo aquilo que somente podemos imaginar, porque é disso que vive o poeta. Pra sempre acorrentado na surrealidade.
   Quanto a mim, fica reservada essa matéria de viver, o sólido e o irreal. Eu que não sou nem poeta nem palhaço, nem cantor nem deputado. Quero ficar entre o que se sente e o que se toca, o que mora e o que se esconde. Quero me eternizar e enraizar aqui, onde o sol é causa. De todos os lugares do mundo, dentre os melhores e os piores, o mais confortável, é dentro de você!