domingo, 31 de julho de 2011

A garota mais merecedora da cidade


  O que cabe dentro de um coração? Cabe amor, esquecimento, raiva, rancor, açúcar, um time, uma torcida! Há quem diga que cabe até uma penteadeira, tal qual um titanic de afetos. Eu, por minha própria vez, acredito que cabe muito mais do que tudo isso, e digo ainda que por ser tão extenso, talvez não caiba nada.
   Nada que consiga preencher cem por cento, possivelmente pela exigência do miocárdio ou pela imperícia de ações, atitudes ou trejeitos. O que esperar quando se espera é algo surpreendentemente avassalador se não houver amor suficiente para entender que talvez não seja necessário apenas isso. Toda vez que paro pra pensar em como dou destino as minhas sensações, tenho vontade de atirar contra esse músculo que involuntariamente bate sem obedecer, por vezes, teimando.
   Fico bem com qualquer pedaço de carinho, mas percebo que minha essência foi feita para coisas maiores as quais eu sequer conheço. Talvez uma heremita, uma carmelita ou uma tarde em velas, essências e seja lá do que for feita a matéria de mim, mas talvez não haja mais tempo. Talvez eu pereça e nem perceba. Talvez eu não tenha o que eu quero, por mais que mereça!
 

domingo, 24 de julho de 2011

No meio do caminho...

  

   Nós ainda somos os mesmos. O flamengo continua roubando, mas o mundo evoluiu!  O celular é touch, o câncer já não mata mais que a guerra. Somos ainda os mesmos seres em busca de evolução.
  E costumo acreditar que não há evolução sem revolução. Revoluir, um novo verbete a ser considerado, se observarmos a agonia humana pela re-invenção sempre do ser. Somos sempre tentados a inventar algo diferente, numa tentativa de não cair na mesmice da massa, da maioria. Ora o cabelo, ora o carro. O emprego é acessório de conquista e o saber é supra-valorizado quando na verdade é apenas quantitativo. Somos falsos, hipócritas, fingimos e sorrimos na mesma medida. Mordemos o pescoço que nos acalenta.
  Isso é evolução? 
  Somos nacionalistas mas o outro não pode ser. Somos extremistas mas o extremo ocidente não pode ser o que ele sempre foi. Admiro minhas construções voltadas à meca mas derrubo outras. 
  Somos a sociedade da intolerância, onde as minhas vontades têm sempre que sobrepor às alheias. Meu Deus toma Coca Cola, por que o seu não? Minhas músicas têm guitarras porque odeio liras e assim caminha a humanidade. Ter amigos hoje em dia é sinônimo de não se sentir ameaçado para não correr o risco de ser o que de fato, é: hipócrita. Considero ser de muita facilidade, bom, quando o ser "mau" não é invocado. Sei que muita gente adora jogar, mas só quando não há chance de perder e o que significa isso?
 Auto-confiança famigerada? Por que somos tão fingidos? Por que rir quando se quer dar o bote? 
 Olho pela minha janela e não vejo chance para tudo isso. Não falo na condição de "alien", como se eu fosse um extra-terrestre, mas desconheço o mundo o qual eu vivo. Desconheço as pessoas, os sentimentos, os medos e até mesmo as traições. Desconheço o valor do que é certo e errado, e acho agora que normal é ser doido, maluco. 
 É fácil arriscar quando não se tem nada a perder. É fácil ouvir o Espírito Santo quando isso lhe convém . Sou de Cristo mas mordo os outros. Sou bonito mas meu avesso é feio. Vivemos no mundo dos contrários. e isso é normal, afinal, no meio do caminho existe sempre uma pedra, ou uma cobra.
Viva la revolución!