domingo, 24 de julho de 2011

No meio do caminho...

  

   Nós ainda somos os mesmos. O flamengo continua roubando, mas o mundo evoluiu!  O celular é touch, o câncer já não mata mais que a guerra. Somos ainda os mesmos seres em busca de evolução.
  E costumo acreditar que não há evolução sem revolução. Revoluir, um novo verbete a ser considerado, se observarmos a agonia humana pela re-invenção sempre do ser. Somos sempre tentados a inventar algo diferente, numa tentativa de não cair na mesmice da massa, da maioria. Ora o cabelo, ora o carro. O emprego é acessório de conquista e o saber é supra-valorizado quando na verdade é apenas quantitativo. Somos falsos, hipócritas, fingimos e sorrimos na mesma medida. Mordemos o pescoço que nos acalenta.
  Isso é evolução? 
  Somos nacionalistas mas o outro não pode ser. Somos extremistas mas o extremo ocidente não pode ser o que ele sempre foi. Admiro minhas construções voltadas à meca mas derrubo outras. 
  Somos a sociedade da intolerância, onde as minhas vontades têm sempre que sobrepor às alheias. Meu Deus toma Coca Cola, por que o seu não? Minhas músicas têm guitarras porque odeio liras e assim caminha a humanidade. Ter amigos hoje em dia é sinônimo de não se sentir ameaçado para não correr o risco de ser o que de fato, é: hipócrita. Considero ser de muita facilidade, bom, quando o ser "mau" não é invocado. Sei que muita gente adora jogar, mas só quando não há chance de perder e o que significa isso?
 Auto-confiança famigerada? Por que somos tão fingidos? Por que rir quando se quer dar o bote? 
 Olho pela minha janela e não vejo chance para tudo isso. Não falo na condição de "alien", como se eu fosse um extra-terrestre, mas desconheço o mundo o qual eu vivo. Desconheço as pessoas, os sentimentos, os medos e até mesmo as traições. Desconheço o valor do que é certo e errado, e acho agora que normal é ser doido, maluco. 
 É fácil arriscar quando não se tem nada a perder. É fácil ouvir o Espírito Santo quando isso lhe convém . Sou de Cristo mas mordo os outros. Sou bonito mas meu avesso é feio. Vivemos no mundo dos contrários. e isso é normal, afinal, no meio do caminho existe sempre uma pedra, ou uma cobra.
Viva la revolución!



Um comentário:

mariano lorenzoni disse...

Seus textos são diferentes, são quase vivos! Têm uma força... Sei lá, não consigo explicar direito. Mas parabéns! Não é todo mundo que consegue colocar tanto coração nas palavras.