terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O calado





  O medo que eu tenho de ser feliz é quase do mesmo tamanho daquilo que anseio. Uma fé que eu não sei de onde vem, nem onde mais ela me cala, como a unica coisa que me resta, e me faz ver um tudo no meio do nada. Essa inquietação que não me deixa aqui, nem lá, nem me permite viver, nem voar, mas me assola em todas as tempestivas vontades de amar, e adorar.

 Onde ficou o que me resta, se dessa minha natureza incólume só a obrigação de esperar já me corrói a alma? Eu que de sã tenho muito pouco, me invado de um medo pueril de não dar tempo de ver a mais uma aurora. E por ora, eu me abrigo num peito poeticamente abstrato, intocavel, calado, gélido, mas afável.

Tenho saudade, esse sentimento visceral quase real, que dói numa carne latente, pulsante, vil e inebriante. Eu amava a ideia de ser um caminho, esse amor que não sei de onde, nem de quando.
Sendo o medo o cerne do amor, que eu seja sua, sem o preço da distancia e da dor!