sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O ancião e a baraúna

 Ouso sentir, e posso honestamente te dizer,
que cá dentro eu resisto ferozmente 
ao estrago e ao exato imenso de você.

Danço a noite toda por não querer ficar só,
e só estou no vazio de tentar aos poucos
desatar o que sobrou dos nossos nós.

Nós e tantos outros em verdades, escondidos em mentiras,
envoltos em vontades, 
talvez saudade. Quem sabe?

Saudade de um tempo que tudo exprimia paz,
que mentir um pouco e viver bastante, pra gente tanto faz.
Eu só não ouso dizer, ou dizer não sentir,
O estrago que cá dentro começou a me doer, a existir.

O peso do amor, de quantas verdades precisa pra ser?
Tenho morrido aos poucos e aos tantos, e ainda assim,
sigo a viver!

Me fala em versos, em dedos ou em rima,
o que eu faço com essa sina e inteira vontade de você!

Grande é o mundo, eu sou enorme vontade de viver.
E tudo em mim combina
com essa imensa vontade de não virar uma história de saudade,
fadada a se esquecer.