sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

As coisas que aprendo todos os dias

Há em mim um tanto de vontade quanto de desistência, ora pela preguiça contida nos finais ou nos acertos do que conquisto por insistência. E sobre essa vontade em desistência, sinto muito em declamar, mas não faço portos seguros no que não é além mar. A estrela que  me alegra, que se une ao desiludido coração tão partido nessa era, agora sorri de volta enquanto sua luz apaixonada faz o caminho de volta, à sua espera. E sobre os aflitos pedidos de findar toda essa espera, me despeço da premissa de que essa pressa oprimida vai me levar a algum lugar, onde hajam portas enfim, abertas. Quanto mais eu peço, mais eu impeço de deixar algo fluir. Não é sobre o amor todas as vezes, mas sobre que tipo de história - aqui dentro e também cá fora - quero eu construir

Ha um oceano entre nós

Toda glória aos afetos calados, ao que não é dito e nem revelado, mas é vivido com um grito contido, as vezes mantido entre  labios cerrados.
Ao que não é exposto, apenas sentido, que não seja preciso um pedido continuo para que se torne amor. De volta ao coração, apenas de graça sem que haja ameaça ou se desfazendo em dor, pois do contrário somos apenas contrarios forçando um abrigo, com o que preciso for

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Heaven

Me aquece, a calma - que uma alma inquieta não se atreve e fala.
Me esquece, como uma prece, que foi feita há uns anos quando distante da paz nem tudo parece.
Eles dormem, embora haja despertar,
o coração embalsamado, foi tomado em solidão por ali, ninguém estar

Eu esperaria, se um farol me guiasse até o fim,
Mas a luz se esconde da treva que nunca acha uma brecha pra fazer nascer algo desse jardim!
Dos meus pés cansados de correr, os passos apressados se encaminham para perto de ti,
mas os portões que se fecham, pedem para que eu parta para longe desse pedaço esperançoso de mim

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Eles falam do amor pra mim

Já se esgota enfim meu mundo de poesia, uma vez que ele não sobrevive de amanhãs, mas de gotas intensas de todo dia
E esse todo dia não precisa ser afeito à matéria humana que em mim, bate lá dentro
Só precisava emergir quando enfim fosse preciso sentir de volta algum acalento.

Mas não há matéria humana que resida em abismos,
posto que só reside solidão entre as trabéculas de seus gritos.
E de nada adianta, me fazer inteira de sorrisos,
só floresce e reverbera quem faz do coração, imenso abrigo

domingo, 26 de janeiro de 2020

Ode to my family

Estamos tão perto do fim, e ainda falta tanto a ser dito
uma vez que falhamos, como humanos crescidos, sabemos o tamanho do nosso imenso abismo.
Ela que diz que errou, mal sabia que tanto era dito em meio a toda aquela dor
E enquanto o silêncio gritava, minha mente de menina feita, se fechava pro amor
Eles não sabiam, ou fingiam ou acreditavam que acertavam
por entre as ausências daqueles momentos que de sentimentos, pra mim faltavam.
Esqueciam, e riam e eu que tanta coisa sentia, padecia
Mas parecia que os gritos soturnos por ninguém, se ouvia.
E toda essa agonia, vestida de lama e de afeto,
ficou pra trás, com o passar do tempo - assim eu espero!
Somente me esmero para o que for de mim, flor que habita,
já que meu coração e seus afetos não permitem a presença de qualquer visita

sábado, 25 de janeiro de 2020

Sobre os afetos escondidos que eu não entendo

 O retrato dessa história, revelado e traduzido pela lente
 do que não virou costume, mas virou poesia escondida pra sempre
 se perde no baú de emoções entre as coisas possíveis, mas ausentes
 onde não há certeza de nada que permeia o universo
que se coloca passivo, entre a gente

Ao passo que isso me habita, posto que já virou material e verso,
me prende no universo das coisas que pra ti, eu peço
como o retrato em preto e branco, na estante atrás de tudo, imerso
nesse mar de indiferença o qual ignoro e de machucar meu coração, impeço

Não que haja desistência em meio a toda essa bravata,
apenas receio de  sentir mais anseio - ou de me sentir menos amada
já que nosso orgulho parece ser bem mais forte que meio milhão
de afetos escondidos como soldados  esquecidos
em meio a guerra que se trava entre o nosso coração

Sigo caminhando em meio a esse turbilhão,
embora seja o amor ainda pra tudo isso, palavra esperando tradução.
Pensar que a vida já foi mais poesia em vez de apenas ilusao,
me faz perguntar se há ainda retrato e poesia que me faça sentir algum dia
ter valido a pena as cicatrizes que decoram o meu desatinado coração

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

untitled melody

  Se eu pudesse me dar tudo que eu sonhei,
  eu teria o que dar? Pagaria pra ver?
  Talvez haja o que achar, se eu me permitir viver
  com alguma sorte ou azar, uma ansiedade por vez.
 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Te valorizo

Queria,
imensa e profundamente te fazer ser dia,
em meio a toda a treva que escurece e te desatina,
por entre os espaços em segredo que sua alma tão fiel em segredo, te denuncia 

Sentindo,
sem ti, indo
porque não há brechas ou janelas que me ajudem
a curar essa espera e te devolver sorrindo 

Faria,
se me permitido fosse, eu te daria
toda essa matéria latente que me habita insana e profundamente,
Posto que se permitido fosse, eu te daria,
mil manifestos, um taj mahal por dia
só pra ver essa profunda noite que te abraça e habita
se confundir com toda a luz que lá no fundo do seu peito, soltou sua mão um dia

domingo, 19 de janeiro de 2020

Nebulosa

Fiquei de olho na janela hoje, daquelas emolduradas e embaçadas pela morna poeira do cerrado, e percebi que não há nada de errado no laço que une as árvores por entre a floresta de concreto, cimento e asfalto..
Filhas únicas de rizomas alheios, sementes que brotam diretamente do seio, preenchendo em cheio o que nos resta em anseio. São árvores frondosas, particularmente frondosas, rasgam o céu igualmente azul, sem nuvens ou máculas de nebulosas. Qual a sensação de pertencer a algo?

Fiquei imaginando como será fazer parte desse  sentimeto único ausente pela cidade. Estamos em desencontros, mesmo com todo o laço que nos une sem saudade. Como será se sentir inserido, tal o colo de uma mãe -suficiente abrigo-, nesse mar de gente indiferente, filhos únicos de pais ausentes ?
Não há nada de errado em pensar demais, ou sentir demais. Quisera poder dizer o que cá dentro em anseio não consigo viver jamais, posto que já não me pertence mais essa matéria toda de a algo único pertencer, me restando apenas o silêncio do medo desse mundo todo não mais em mim, caber.

Dos contrários que habito, ser incomum me traz algum acalento. Já fui outrora vento forte, incomum e violento, derrubei cercas e todas as árvores frondosas que hoje emolduravam os vidros embaçados pela cidade. Já fui tempestade, hoje teimo em calmaria, posto que não há mais em mim espaço algum pra euforia, apenas vazios que insisto em preencher com coisas que pra ninguém -além de mim-, sentido algum faria! 

Last nite



     A noção de que o tempo é eterno, que não faz voltas e não se finda ao que é belo, ainda vai nos roubar um pedaço do paraíso.
    Se apenas mais uma noite nos fosse dada, viveríamos como se nos importássemos ? Ou seríamos algozes de nós mesmos nesse balé vil sem sentido e por vezes nefasto? Os fantasmas, vez por vez, levam pedaços de mim, mas sei bem que eles querem o todo, embora haja quase nada a espoliar nesse imenso jardim.
   Olho por cima dos olhos, vejo montanhas de confusão. Onde foi que você se perdeu nesse quarto escuro em solidão ? Fico lembrando do que já foi, do que seria e do agora, e mesmo procurando respostas mundo afora, é aqui dentro que eu te encontro em mim, ainda que embevecido, sem resposta ou solução.
  O meu amor é como um demônio do bem, negros são seus olhos, embora sejam os pensamentos a enegrecer o que eu considero ir mais além. Turva é sua mente, um embate dantesco que me joga de lado a lado sem nenhum apreço. Suave é sua mão, quando me toca e me arranca de volta do campo imenso de solidão. Se apenas mais uma noite nos fosse dada, você viveria como se minha falta fosse enfim notada?
   One last night

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Ode to my family

Ei mãe! Se você não consegue lidar com a minha origem humana, eu lamento fazer pouco sentido a minha existência contrária, resistente a tudo que você ama.
Seus papas, suas contas repetidas e toda mazela em mim repetida, me castigam o que outrora era consolo, e eu que por motivo nenhum insistirei em te convencer do contrário, vou seguir meus passos e empurrando os muros, ainda que aos socos

Ei pai! Eu cansei de te convencer de que seu amor eu fiz por merecer, e mesmo nao sendo mais menina, há em mim muito excesso de poesia que desatina a pulsar e me lembrar que se misturam a todo momento, meu ideal abandonado por ti, de afeto, mais parecido com dor.

Eu que siga, eu que persista, eu que lute. Eu que resista, eu que insista, eu que ame

No sun, no rain

Algo que é iminentemente humano, é a dor. Todo dissabor esconde um mar revolto de ilusões que nunca se findaram, e talvez nunca findarão. Alguns medos são apenas moinhos de vento que a gente insiste em digladiar, na esperança de que talvez assim um dia, algum sentido venha a fazer enquanto tudo desmorona sem ao menos se notar. O fio que tece a nossa história talvez nunca venha a arrebentar, tamanha é a insurgência e a pressa de juntar as pontas e o amor arrematar, mas talvez toda essa força, as vezes não tão intensa e bastante absorta, me faça perecer no que ainda insisto em conhecer, enquanto me perco no vies de algum sentido a tudo isso, se fazer.
Não quero mais nenhuma cura, essa espera indulgente que as vezes floresce e me incita a loucura, e  dos pedaços de mim que outrora espalhei por aí, quero reuni-los de volta e fazê-los sentir que ao fim de tudo, não houve usura, apenas eu me permitindo viver e tirando de dentro, todo espaço que restava florescendo em amargura

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A sorte que a gente não sabe que tem - Parte 1

Quando eu me perdi dentro de você, dentro de tudo que ainda falta pra gente viver,
percebi que nesse mundo aí dentro escondido, um mar revolto me parece pedir abrigo.

Porque você que parece ser quebrado, mesmo em tamanhos pedaços me veio socorrer,
Porque eu me vi como coisa tua, à espera de não viver solta
uma antítese por si só, caça em vez de caçadora,
relutando em assumir que cá dentro do meu peito, você insiste em percorrer

E eu que só me abri por achar que o seu mundo vale a pena,
que mesmo à deriva, é em tuas mãos que minha pele se contenta
acredite quando peço que faça do meu peito, seu abrigo repentino
Porque não há mesmo mais nada que pra mim, faça sentido
senao à espera dos seus braços me lembrando que ali há um ninho!

Isso nao é uma declaração de dependencia, como coisa tua à espera ou ansiando pela ausência,
mas um ensaio do que aqui dentro faz morada daqui até o infinito.
Só fique, se de tudo isso que te foi dito, alguma coisa fizer  sentido,
porque eu que a tudo fui atenta, só ficarei aqui se em afeto, você me fizer entender que toda antítese, vale a pena

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Eu que lute

Se eu fosse te dizer sobre todas as vezes em que eu me vi morrer,
de tudo um pouco eu teria que mostrar,
posto que há em mim mais infernos pra contar
do que coragem pra todos eles, de viver

De nada adiantaria de morrer, se isso fosse algo lúcido de sonhar
posto que ainda há tanta vida a trilhar.
Mas é bem verdade que parece ser caminho de ilusão
já que comigo bem caminha a solidão
Dentre as chances de se chegar ate a trilha que me faz encontrar enfim, o doce coração.

Eu sei que há ainda muito a colorir,
caminho de terra fértil, alguma coisa  a se descobrir
mas é bem verdade que se pro inferno eu quiser que essa dor se mude,
parece que nao há outra mão que a minha, segure
posto que se eu bem quiser, eu que lute!

sábado, 11 de janeiro de 2020

It's only words



    Eu não lido  com meus demonios escondidos só pra que se tornem enfim esquecidos por entre as coisas por mim, consideradas banais. Há por isso enfim amor a menos ou me perdi tamanho o medo de amar demais?
    É sauntade que fala, do grego "é o que espero", ou talvez traduzido das coisas que preciso. Achar que as coisas são eternas é o que faz de tudo um erro crato e talvez, infindo! 
    

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Just ride

Quando os infernos interiores parecem não suportar a matéria das realizações, eis que a alma se inquieta, e o coração, palpita!
Hoje eu vou sorrir, ainda que como sinal de resistência ao ato de existir nesse mar turvo de confusoes tão  amargas que insistem de mim, desistir!
E resistirei com o amor que habita em mim, tão fiel ao que acredito que ao menor sinal de destino, farei do meu coração morada eterna, recôndito abrigo.
E eu que sempre andei avoada - cabeça  ao vento, passos largos por entre a estrada-, podia ser engolida pelo medo do fim. 
Há quem prefira começar pelo medo do início  comedido, aquele que da um passo apenas após quinze quilômetros de certeza no destino. Não que seja errado, ou que eu critique a intrínseca necessidade humana de somente caminhar após certificar-se do poço fundo dos pensamentos, mas discordo desse ser o único caminho até a perfeição dos acertos. Até  a terra firme, percorremos muitos vazios de mar aberto e se assim não fosse, o que agora seríamos? Eu, particularmente jurei nunca mais nadar fora da borda, e das promessas passíveis de cumprimento, sendo eu um tanto de paixão e outro tanto de sentimento, cá estou a certificar-me que essa é a melhor das contravenções e promessas perdidas com o passar das vivências não cumpridas por mim. Posso afirmar que ceder o meu melhor lado pro que a vida me traz, realmente é uma das melhores maneiras de pular sem páraquedas e desatinar o meu coração, que por tanto tempo, vive cheio de vazios! 

domingo, 5 de janeiro de 2020

Our modernity

Somos os afetos que ninguém colecionou
As gorjetas que ninguém recebeu
Os amores que ninguém amou,
E nenhum sexo ao fim da noite que acabou,
Sem nenhum beijo quente, sem nenhum amor, apenas dissabor

Somos as garantias estendidas,
Depois de muita insistência sem valor percebida,
Com alguma certeza pretendida,
de que alguma coisa ao fim de tudo isso,  valia

Somos os prazeres sentidos,
Em meio a encontros fortuitos reduzidos,
Sem nenhuma fé, somente algum vazio
De que ao fim de tudo não vai restar só
Um gemido
(A embalar seu sonho mais deprimido)

Sê pra sempre um sonho mais que brilhante,
de tudo que nós somos, somos apenas instantes,
que ao fim de tudo isso, com alguma sorte e um coelho falante,
terminaremos essa peleja sem o estalar de um descaso
com um grito de socorro, perdido em rompante!

The liar ass motherfuck has feelings

Você vem e tudo aqui se encaixa, embora não sejam os pedaços de vazio, a parte que em mim, falta.
Você em mim é o expoente da loucura, que me convida a virar as páginas na pressa de te ler e enfim me fazer sentir como coisa tua!
E essa vontade traduzida de aflição, que insisto em nutrir no peito em exaustão,
me permeia por entre as pernas e me corrói o sangue que ao se perder de veia, caminha de volta pro coração.
E eu que só te conto tudo isso pra trazer à luz,
toda  essa vontade escondida que dentro de mim traz calmaria,
pra enfim ver se com isso, o afeto te seduz! Porque não há nada que com a minha fala te convença que eu sinto a sua falta. Porque por mais que eu te traga mil bravatas, o silêncio fala mais alto e eu fico à espera, sem que você consiga deixar sair uma única palavra. Porque não consigo me fazer compreender, ainda que seja o peso de tudo isso, dificil de esquecer.
Voce é a antítese que me cala, e sobre o medo e a falta, você é o que me traz medo, quando cá dentro desse velho peito, falta. Não quero te possuir, mas somar e dividir o que acredito ser merecedor de um final feliz!
Te percorrer, permear, sentir o melhor do prazer e dor. Será que aí dentro desse pequeno espaço em você, espinhoso - e sem fim-, cabe esse imenso universo de sentimentos  habitado por mim?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Lost stars

A minh'alma dá seus sinais de falência, sem sentir a calma de seu antigo e fortuito sonho, que com algum esforço, sobrevive a esse mar de gente que para mim, vive a dar de ombros.
Queixou-se daqui amiúde, esse olhar inibido que esconde tudo que a minha boca cala, simplesmente por medo de me perder de novo, e de novo e de novo em tudo o que você faz, mas não condiz em nada com a sua fala.
Sobre o medo e a falta - tudo o que me prende e tudo que me mata-, prefiro pensar que minha alma e seus sinais de falência vão enfim ser percebidos com a força e o cuidado que merecem enfim. Não se trata de voltar a acreditar no amor, mas de descobrir: será que o amor também acredita em mim?

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A indiferença nossa de cada dia



    Há vazios que eu me permito, ora por medo, ora por desafio,
    e por mais que haja em mim tamanho afeto e algum desatino
    me recuso a ficar em volta do que não é eterno nem destino

    Porque o fim é a soma de distâncias, de onde não brota intento, 
    de onde os amor não nos fala, e com a frieza nos cansa

   E buscar no raso o que no profundo não existe, me mantém longe 
   do que é de fato caminho em terra firme!
  Espere do outro lado, de onde coisa alguma vai de fato ficar à sua espera,
  pois não há esforço algum em construção que justifique no fim, esse salto sem paraquedas