segunda-feira, 30 de julho de 2018

E quando eu finalmente me perdi...

...foi quando eu te encontrei! Eu sou livre para amar e é disso que o amor é feito: liberdade!
Liberdade  para saber enxergar que não é estar perto, o significado de 'querer bem'! É querer bem, para que em cada despedida, o amor cresça, à espera do próximo encontro, fortuito ou não! Quem sabe? Será a espera dele...
É não esperar nada em troca! É saber que ele é gratuito e livre de cobranças! Que o amor não se guarda no coração nem no peito, mas em qualquer lugar que ele possa ir com lembranças, sem segredo, e voltar, trazendo junto do peito, os selos dos lugares por onde passou nas andanças!
É se render, se doar e se rasgar de amor! É saber que não será pra sempre um caminho de terra fertil, mas de asfalto e de dor!! E mesmo de lá, poderá brotar vida...É se render por onde não há vergonha, é se doar por saber que o amor 'se basta em si' e é principalmente dor! Simplesmente por ser amor...
É o dia do casamento! É acordar junto! É roncar e amar, é amar e fazer amor! É perdoar, posto que  só sabe o que é amor, quem um dia ja perdoou! E nem sempre é de graça! Não é uma receita pronta, não é um óbvio, nem algo dado como certo: é improvavel! É impossivel as vezes, e é incerto, um exímio contrário!
Do contrário, tudo seria idilico e nao, amor!
E o amor, não é o paraíso ?
Está mais pra um salto sem paraquedas, um mergulho num calado! 



Versão 10 anos depois, com a mesma efusividade!

Sobre a mudança que me assola



     O amor sobrevive de futuros. O avesso do que habita em mim, traduz-se em efusão, e talvez por medo (mesmo assim, Ainda em segredo)  se tornou o melhor de mim.
     E de repente já não é a gravidade a me prender no chão. Aos poucos, ao passo que acende e sopra, eu vejo tanta vida nesse universo lá fora! Eu vejo fogo, mas eu também vejo água, e mesmo naquilo tudo que me falta, eu acalmo a minha alma em silêncio. E eu sinto, e por vezes permito, ser mais do que somente anseio. Dos universos em mim, ser uma metade completa, me acalenta em desejo. Talvez a dor, talvez o medo -não saberia dizer- me levem a ser um mar mais quente, por onde você pode passear pela orla. Talvez o medo, talvez a falta, talvez o medo da falta me faça derreter em desejo. (E eu penso em te querer em todo canto)
     O amor sobrevive de defeitos. Não há razão para se viver em outros contextos, sendo somente ele quem dá a vida, vazão! Não se sobeja à calma, mas acalenta a alma, sendo bem mais aquilo que precisa ser. O amor não sobrevive de esperas, de promessas, de outros sonhos e de outras quimeras, mas regozija-se de um despretensioso desejo, inquieto, paciente, esperançoso desejo, de que tudo seja enfim um delicioso ensejo, pra uma vida além mar. É ver o seu nome em todo lugar, esquina, muros, vitrais e planos astrais. É intensamente me levar à exaustão, me elevar ao patamar de uma paixão que até eu desconheça, antes de conhecer...
  Seja o que tivermos de ser, tudo além de uma doce amizade! Hoje eu sou sol, mas também já fui tempestade, que me ensinou que nunca mais precisaria de  "independência ou morte", mas que aqui dentro, nesse nosso agora, tem espaço pra uma dependência e sorte!

domingo, 15 de julho de 2018

Como café de mercado



    Arrancar a casca não é necessariamente a pior coisa do mundo. A minha alma, - aquela perdida entre esse mundo e algum outro a qual ela gostaria de estar - inquieta, percebe que o brilho vai sendo perdido aos poucos, e tenta se agarrar a toda luz que lhe é intrínseca e dispensa a presença de alguém somente pra existir. Ela só, sozinha mesmo, se basta. Dividir somente se for pra somar!
      O amor que habita em mim é violento, nada passageiro, do tipo que não me espera pra acontecer. Ele passa na frente, assola, grita de frente e bate na porta. Em muitas vezes, está ali apenas à espreita, à espera do encontro fortuito, ao acaso. Amo o fato de ser quem eu sou, com toda a vertente confusa e intensa por trás disso. E pra não dizer que não falei das flores, há tanto a ser dividido nesse jardim.     Há tanto a ser curado! Por um band-aid nas pessoas feridas, nos corações passados e requentados como café de mercado, é o meu lema, meu trabalho. Ter o mundo inteiro pra salvar e um minuto pra ser flor, ainda que no cinza, é o que me faz falta! Sobra aquilo, falta isso. O amor que há em mim a ser dado não é necessariamente aquilo que por ventura falte, mas talvez transborde. Há em mim, todos os desejos do mundo, onde possa ser mais profunda num mundo tão raso, de amores protusos e efêmeros e vagos. 
  Há em mim toda a espera por cheiros novos, um olá, um sorriso aqui e acolá! Há em mim tanta musica, poesia e dor tambem - porque é o amor, também dor- que alguem não preparado pode por fim, se afogar! O pedaço mais sincero do divino no mundo me diz que tudo isso não significa um grito de socorro de alguém que não quer se salvar, mas um grito no abismo, pedindo permissão de ser nada pacífica, nem mesmo se fosse um mar...