domingo, 18 de outubro de 2020

"o amor é um cão dos diabos"

 Você partiu, 

(eu juntei os nossos cacos). 

Você me encheu de tantos vazios que

parece que em mim, não restou mais nenhum espaço.

Sentimentos confusos demais para se jogar fora

 Eu achei que você tivesse partido,

e partindo, tivesse levado a minha ilusão.

Mas você nunca foi embora,

fez de mim morada, a prefeitura é o meu coração.


Mas você nunca foi embora,

me faz de refém todos os dias, dos medos de sempre, de outrora.

Um mar de profusão nada pacifico, um olhar sem sentido,

uma estante de confusão.

O que ainda resta dentro desse meu peito que não seja regado a emoção?



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Ensaio sobre como tudo se dissipa, como dois e dois as vezes dá 30!

 Tudo passa,

o belo que dissipa, o véu que amassa.

E mesmo assim, existe alguma coisa que aqui por dentro, com certa força me rasga.

Tudo passa! 

Alguma ilusão que fica, o vinho que já não mais me traz a ressaca. E quando eu me perco tentando,

eis que me deparo com um pranto perdido em meio a uma coragem de tentar de novo, muito fraca. Tudo passa.

Resta saber o que fica, o que comum aos dois mundos, se torna inerente nesse intenso mar congelado de gente, em meio a todo esse sentimento envolto de friaca.

Tudo passa. Resta-me perguntar a Deus, já que a mão Dele nem sempre pode me prover o tudo, se ao menos o meu pobre mundo vagabundo, pode enfim sonhar com o fim dessa temporada lasciva de lagrimas. Tudo passa?


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Poesia confessional - parte 1: meu demônio do bem

 Aqui água gelada do meu lado, um corpo quente e bastante silencio, mas lá fora existe uma vontade latente de te marcar nas ruas, nos postes, quiçá a pele, mas com toda certeza, cá dentro.

Estremeço, mas não murmuro. Tenho pra mim que a qualquer momento vou te ler por inteiro, por detrás dos teus confusos muros. Sigo essa certeza, persuadindo minha cabeça para que as ilusões de outrora não me venham a memória, e a paciência, esmoreça. 

Eis que insisto, e vejo florescer novas virtudes na redoma inexorável a qual me pertenço, me basto, e é onde enfim, resido. Insisto, não por ter certeza do amanhã, mas pela vontade de ai dentro, me sentir abraçar todos os seus medos, até aqueles que de alguma forma, também compartilho. Insisto, pra te tocar num intento de alcançar bem dentro de onde o amor pode me fazer dar sentido. E a tudo que desconheço, mas ouso dizer que é onde eu existo, invento uma coragem boba de ousar esperar a matéria que não me garante certezas, mas é onde reside a paz dos meus instintos. Me importo de tal forma que esqueço da agua gelada, do silencio e das ruas e postes formando o caminho, e me aqueço com a certeza de que alguma hora o folego que poupei vai me coroar a espera com o que me aguardava no destino