quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Sobre o adeus que eu não te dou



Hoje eu vi que a minha mente é deserta, que toda tentativa de espera só exaspera uma vontade sua.
Eu não tive a noção de que foi só pra mim, e ao que eu vejo daqui de baixo, do pouco que tu sabes e do nada que eu te falo, tem amor do tamanho de um calado.
 A cidade, ainda que deserta, me leva à loucura. Em todo lado é somente a sua figura que me conduz no asfalto. Soube que tudo em breve vai se acabar, e você, que aqui dentro não me falta, me fala sem nenhuma fala: eu ainda tenho alma
 Sobre a dor, sobre o medo e a falta, repetindo ao limite da minha alma, te permito o desconhecido saber de todo esse desatino, posto que pra mim, o amor continua sendo doença, mesmo que responda como chance de cura

sábado, 8 de dezembro de 2018

Ensaio sobre um faz de conta!




      A natureza da brevidade com que as coisas se esvaem está no peso e na indubitável vontade de se fazer infinito. Nem tudo tem vocação pra eternidade, mas pra ser sincero é preciso ser de fato, e de verdade. Nem toda cerca branca guarda em seus limites um amor, e nem todo silêncio evidencia ausência de dor. Existe um universo em desencanto em andamento dentro das minhas esferas de vida, e pra permanecer em pé, com algum esforço e muita fé, eu precisaria mais que dois goles de ilusão  pra ter certeza que não foi em vão tanto esmero, tanto caminho a pé.  Eu que nunca nada peço, nada digo, nada cobro e muito sinto, já não vejo tanto sentido em por pra fora dos lábios o que cá dentro é tão raro, mais uma vez, e tão infindo. A natureza da intensidade com que eu sinto se esmera na vontade cada vez mais inexistente de nesse mundo, fazer algum sentido. Talvez toda essa efusão e sentimentalidade estejam em latência, à espera enfim, do fim desses amores em brevidade!

                                                www.somentevierbrunen.blogspot.com

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

o resto da minha paz



     
      Tem gente que me desatina a alma,
      com a existência me convida a viver tudo o que falta.

      Tem gente que é saudade, que a lembrança de um implorado beijo me convida a voltar pra casa          no fim da noite, bem tarde.
      Tem beijo que me faz acreditar que tudo isso é mais do que uma simples vontade...

      Tem gente que me acende, e me enche de vontade.  Me despede de tudo que me prende, e me               inquieta de verdade. Me faz crer em vida - e vida em abundância! Que me permite crer que um           futuro incerto pode ser mais que uma vontade ou uma lembrança, de uma vida permissiva, bem           mais que vazia, mas indelevelmente insana!
    
      Tem gente que me beija, e meu sangue ferve. Como reescrever os pontos se em cada canto é o             teu  nome que de esquecer, me impede?
       

      Sobre o desenrolar dos meus medos, queria que fossem somente os meus dedos,
      na tua cabeça a desaguar por todo o alem mar. Sobre a vontade que tu me traz, eu só queria o teu  cheiro a embalar o que sobrou do resto da minha paz...

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Fotografias de um acaso




   Algo sobre pular sem paraquedas me da um frio na barriga. E é lá que se esconde o que se sente, pois nem sempre é um pra sempre, e o que fica, nem sempre se habita. Pular as paginas na pressa de chegar, ensaios de discursos que nunca vão rolar e aquele velho medo de expor, de mostrar.
Eu tenho em mim um inefável segredo, que às vezes por medo, guardei pra mim. Ser um engodo nas vezes em que era pra ser feliz já não me convence a ficar ressoando em silêncio, pois já não sou eu a me guiar. Já não me convenço a pensar comigo mesma quando os olhos dançam no ar, quando a mente agora insiste em procurar, e mesmo achando, tem hora errada pra encontrar... 
 Onde eu me perdi?

segunda-feira, 30 de julho de 2018

E quando eu finalmente me perdi...

...foi quando eu te encontrei! Eu sou livre para amar e é disso que o amor é feito: liberdade!
Liberdade  para saber enxergar que não é estar perto, o significado de 'querer bem'! É querer bem, para que em cada despedida, o amor cresça, à espera do próximo encontro, fortuito ou não! Quem sabe? Será a espera dele...
É não esperar nada em troca! É saber que ele é gratuito e livre de cobranças! Que o amor não se guarda no coração nem no peito, mas em qualquer lugar que ele possa ir com lembranças, sem segredo, e voltar, trazendo junto do peito, os selos dos lugares por onde passou nas andanças!
É se render, se doar e se rasgar de amor! É saber que não será pra sempre um caminho de terra fertil, mas de asfalto e de dor!! E mesmo de lá, poderá brotar vida...É se render por onde não há vergonha, é se doar por saber que o amor 'se basta em si' e é principalmente dor! Simplesmente por ser amor...
É o dia do casamento! É acordar junto! É roncar e amar, é amar e fazer amor! É perdoar, posto que  só sabe o que é amor, quem um dia ja perdoou! E nem sempre é de graça! Não é uma receita pronta, não é um óbvio, nem algo dado como certo: é improvavel! É impossivel as vezes, e é incerto, um exímio contrário!
Do contrário, tudo seria idilico e nao, amor!
E o amor, não é o paraíso ?
Está mais pra um salto sem paraquedas, um mergulho num calado! 



Versão 10 anos depois, com a mesma efusividade!

Sobre a mudança que me assola



     O amor sobrevive de futuros. O avesso do que habita em mim, traduz-se em efusão, e talvez por medo (mesmo assim, Ainda em segredo)  se tornou o melhor de mim.
     E de repente já não é a gravidade a me prender no chão. Aos poucos, ao passo que acende e sopra, eu vejo tanta vida nesse universo lá fora! Eu vejo fogo, mas eu também vejo água, e mesmo naquilo tudo que me falta, eu acalmo a minha alma em silêncio. E eu sinto, e por vezes permito, ser mais do que somente anseio. Dos universos em mim, ser uma metade completa, me acalenta em desejo. Talvez a dor, talvez o medo -não saberia dizer- me levem a ser um mar mais quente, por onde você pode passear pela orla. Talvez o medo, talvez a falta, talvez o medo da falta me faça derreter em desejo. (E eu penso em te querer em todo canto)
     O amor sobrevive de defeitos. Não há razão para se viver em outros contextos, sendo somente ele quem dá a vida, vazão! Não se sobeja à calma, mas acalenta a alma, sendo bem mais aquilo que precisa ser. O amor não sobrevive de esperas, de promessas, de outros sonhos e de outras quimeras, mas regozija-se de um despretensioso desejo, inquieto, paciente, esperançoso desejo, de que tudo seja enfim um delicioso ensejo, pra uma vida além mar. É ver o seu nome em todo lugar, esquina, muros, vitrais e planos astrais. É intensamente me levar à exaustão, me elevar ao patamar de uma paixão que até eu desconheça, antes de conhecer...
  Seja o que tivermos de ser, tudo além de uma doce amizade! Hoje eu sou sol, mas também já fui tempestade, que me ensinou que nunca mais precisaria de  "independência ou morte", mas que aqui dentro, nesse nosso agora, tem espaço pra uma dependência e sorte!

domingo, 15 de julho de 2018

Como café de mercado



    Arrancar a casca não é necessariamente a pior coisa do mundo. A minha alma, - aquela perdida entre esse mundo e algum outro a qual ela gostaria de estar - inquieta, percebe que o brilho vai sendo perdido aos poucos, e tenta se agarrar a toda luz que lhe é intrínseca e dispensa a presença de alguém somente pra existir. Ela só, sozinha mesmo, se basta. Dividir somente se for pra somar!
      O amor que habita em mim é violento, nada passageiro, do tipo que não me espera pra acontecer. Ele passa na frente, assola, grita de frente e bate na porta. Em muitas vezes, está ali apenas à espreita, à espera do encontro fortuito, ao acaso. Amo o fato de ser quem eu sou, com toda a vertente confusa e intensa por trás disso. E pra não dizer que não falei das flores, há tanto a ser dividido nesse jardim.     Há tanto a ser curado! Por um band-aid nas pessoas feridas, nos corações passados e requentados como café de mercado, é o meu lema, meu trabalho. Ter o mundo inteiro pra salvar e um minuto pra ser flor, ainda que no cinza, é o que me faz falta! Sobra aquilo, falta isso. O amor que há em mim a ser dado não é necessariamente aquilo que por ventura falte, mas talvez transborde. Há em mim, todos os desejos do mundo, onde possa ser mais profunda num mundo tão raso, de amores protusos e efêmeros e vagos. 
  Há em mim toda a espera por cheiros novos, um olá, um sorriso aqui e acolá! Há em mim tanta musica, poesia e dor tambem - porque é o amor, também dor- que alguem não preparado pode por fim, se afogar! O pedaço mais sincero do divino no mundo me diz que tudo isso não significa um grito de socorro de alguém que não quer se salvar, mas um grito no abismo, pedindo permissão de ser nada pacífica, nem mesmo se fosse um mar...

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Toda a paz que me faz falta






           Sei que um dia vai perceber, sei que um dia vai doer
           Sabe-se lá pra onde, vai você bem pra longe
           E a rua tão deserta, mas tão cheia de voce em todos os lados
           Me lembrando que aqui dentro não há cura, somente espaço

           Ouvi dizer que você cá dentro não existe,
           Cá dentro não me habita, que aos poucos se esvai,
           E no meu peito, irrita
           Essa dor que me deixa aflita, 
           E aqui dentro me desfaz


           Hoje eu sou dia de sol, mas ja fui tempestade!
          Hoje eu carrego um segredo, tão seguro, tão inteiro, por todos os lados da cidade
          Hoje eu te digo sem medo, sem ensaio, sem receio
          Porque ainda que em silencio, carrego um desejo disfarçado de saudade!

terça-feira, 29 de maio de 2018

ode to my fucking and messed up brain




       Cá com meus botoes, ha alguns dias, me tornei um anti heroi. Falhas inescrupulosas, versos sem rima e um pouco de confusão numa vida imersa em medo e confusão: mas há ainda um mundo a ser salvo, e parece que quase todas as vezes, a chance de acertar vira kriptonita.
       Eu não sou lá uma barauna (e eu ja devo ter dito isso aqui nesse blog, uma pá de vezes). Sou um ser tão pensante quanto errante. Tão amavel quanto detestável, ridiculamente afável. Por horas a fio ensaiando um discurso não dito, um sorriso fácil, uma tentativa em vão de não ser tão pesada comigo mesma. Num mundo que é deserto, quero ser poço, mas não se engane que é raso, pois assim como raro, é também profundo.
   E pra não dizer que não falhei com as flores, eu sou sim um anti heroi. Na pressa de chegar, passei por cima do canteiro, como um turbilhão de sensações ébrias esmagando o que ventilava aroma. Sou um fogo cujo calor abrasa ao redor. Não tem em mim, trivial. Em um dia ou dois, perceberia, mas agora,  as petalas e os cacos se misturam, me restando apenas unir com a espera do tempo, o que antecipo ser o inicio de um novo dia, com seu brilho eterno.


  Em um dia ou dois, perceberíamos...

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Ten years gone

Tá tudo bem por aqui. Mesmo colchão espaçoso, mesma visão do agora, mesmo medo do novo. Eu, que já não habito mais em mim, me encontro novamente imersa na profusão dos anseios ventilados de incertezas.
  E pra não dizer que não falei aos vivos, eu estou em pé. Por mais que os pés falhem ao caminhar, e o medo sobressaia qualquer tentativa de ser leve como deveria ser, eu tô bem. No minuto que penso em você, eu penso que podem surgir com a vida, outros caminhos, outras terras férteis outrora sonhadas. Não me resta nada além de esperar, tropegamente, pelo infortúnio do acaso. Não me caibo no agora, e talvez por isso eu sofra antecipadamente toda a agonia que me espera ao virar a esquina, como rainha de copas sozinha num baralho. E como uma águia que deixa o ninho, eu agora preciso voar, onde todo e qualquer céu denote a surpresa e a gratidão de ter em meus pulmões, vida - e vida em abundancia! 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Sobre as minhas incertezas



   

       Eu confesso: preciso encher meus pulmões de vida! Não apenas trocar ar, quando por dentro toda a cicatriz das dores mantém vivo o medo. É preciso mais
      E do que se trata a matéria do agora ? Me faltam hojes em eternos amanhãs, numa vil intenção de me fazer perene naquilo que mais anseio, como todo ser cordata, que é ser feliz! A minha dor não é maior que a vontade de fazer sentido, e o que é o universo senão essa bola que não faz sentido algum? Prefiro verdades, prefiro dores, sentimentos, mares profundos de oceanos nada pacíficos, a uma vida amena e monótona dentro do sarcástico jeito de ser que acabamos vivemos. Já não tenho pra onde correr, nem braços e nem vontades. Falta centelha, fogo, excede ferida. É difícil deixar qualquer luz entrar. É difícil aturar os defeitos, as dores, o jeito que resta para aceitar que o relógio bate sem esperar, e que a gente espera demais do que nada vem. 
  Nada vai resolver, é preciso aceitar que os filmes têm encerramento, que nada é eterno. Que uma hora vai faltar açúcar, vai faltar afeto, e somente o teto não nos protege da chuva. Manter a dor em eterna exposição nos enlouquece, mas nos mostra a realidade que é essa vida não tão simples: é preciso aceitar que sempre que começa fevereiro, o enredo começa, mas logo enfim, o carnaval - pra você e pra mim-, tem fim!

quarta-feira, 2 de maio de 2018

A lei que restou em mim antes de anunciar que o apocalipse, está nos finalmentes



    A gente mora é no agora, embora eu me esconda do pra sempre. Não faltam motivos pra sorrir, seguir, formar constelações inteiras de boa aventurança no viver desse mundo tão incerto e imperfeito, mas mesmo assim, continuo em naufrágio. Olha, de todas as vezes que tentei de alguma forma entender, me deparei com um submundo de medos tão profundos que me paralisaram em quase todas as tentativas. Não sou um homem, nem tampouco uma mulher, nem um link para um universo paralelo de vontades: sou uma antítese por si só
 E por falar em antíteses, me encontro novamente como caça, em vez de caçadora. Forte, mas volátil. Vivo das aparências da fortaleza que me protegem de todo raio de sol das demonstrações de que eu tenho vida dentro de mim e vida em abundância. 
 Não sou livre. Sou cativa de mim, e sofro como qualquer um. Será que eu vou me desvencilhar desse medo que já residia em mim outrora, ou vou ser essa baraúna inflamada com todos os seus fatores intrínsecos pra sempre? Queria a docilidade dos que ainda habitam entre as fronteiras da sensibilidade sem medo, e a nociva sensação de eternidade dos amantes. Na verdade, é dificil diante da temeridade de um novo imbróglio, uma nova noite de frio em meio ao verão e de toda a sintomatologia que somente um ser aberto ao novo, é submetido.
 Não, eu não quero mais sofrer, posto que me faltam subsídios pra suportar os invernos que são inerentes dos "sentidores". Não quero ver somente nas estrelas, o que cá dentro pulsa, vibra, permeia. Não quero que os dedos sejam pontes e os corpos, coração. Nao quero a verborragia que denota um peito em frangalhos. Queria a tranquilidade de viver pra sempre como num labirinto, sem ninguem a minha busca, ou espera. Queria, ou será que não?

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O calado





  O medo que eu tenho de ser feliz é quase do mesmo tamanho daquilo que anseio. Uma fé que eu não sei de onde vem, nem onde mais ela me cala, como a unica coisa que me resta, e me faz ver um tudo no meio do nada. Essa inquietação que não me deixa aqui, nem lá, nem me permite viver, nem voar, mas me assola em todas as tempestivas vontades de amar, e adorar.

 Onde ficou o que me resta, se dessa minha natureza incólume só a obrigação de esperar já me corrói a alma? Eu que de sã tenho muito pouco, me invado de um medo pueril de não dar tempo de ver a mais uma aurora. E por ora, eu me abrigo num peito poeticamente abstrato, intocavel, calado, gélido, mas afável.

Tenho saudade, esse sentimento visceral quase real, que dói numa carne latente, pulsante, vil e inebriante. Eu amava a ideia de ser um caminho, esse amor que não sei de onde, nem de quando.
Sendo o medo o cerne do amor, que eu seja sua, sem o preço da distancia e da dor!