quinta-feira, 10 de maio de 2018

Ten years gone

Tá tudo bem por aqui. Mesmo colchão espaçoso, mesma visão do agora, mesmo medo do novo. Eu, que já não habito mais em mim, me encontro novamente imersa na profusão dos anseios ventilados de incertezas.
  E pra não dizer que não falei aos vivos, eu estou em pé. Por mais que os pés falhem ao caminhar, e o medo sobressaia qualquer tentativa de ser leve como deveria ser, eu tô bem. No minuto que penso em você, eu penso que podem surgir com a vida, outros caminhos, outras terras férteis outrora sonhadas. Não me resta nada além de esperar, tropegamente, pelo infortúnio do acaso. Não me caibo no agora, e talvez por isso eu sofra antecipadamente toda a agonia que me espera ao virar a esquina, como rainha de copas sozinha num baralho. E como uma águia que deixa o ninho, eu agora preciso voar, onde todo e qualquer céu denote a surpresa e a gratidão de ter em meus pulmões, vida - e vida em abundancia! 

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