terça-feira, 31 de março de 2020

O desassossego

Aquele silêncio, o que volta e meia me pego perdida imersa nesse desassossego, me convida a fazer falta em tudo que a mim não pertence e me cala a fala.
Eu já acreditei no tamanho dos monstros, tão sempre tão maiores que os meus tímidos e desafiadores sonhos. Um sorriso despretensioso e desconcertante, me disse ontem enquanto eu me perdia a todo instante, que há mais beleza no que eu nego do que no que afirmo de forma relutante. Todos queremos nos encontrar, embora a forma correta para que isso aconteça seja de fato o caminho não se procurar, e talvez depois de tanto tempo eu tenha aprendido, de forma que sem nenhum desatino, me permitirei de novo deixar de sonhar.
É a estação da nossa vida, e tenhamos o peito aberto para tudo que nessa estrada esteja nos procurando, talvez sorrindo. Vencer na vida pra que se eu não estou com ninguém, competindo? 

sábado, 28 de março de 2020

Maggot Brain

E o que fazer com toda essa incerteza sobre o que fazer? 
Ora sobre a vida, ora sobre como essa deve ser vivida e que chegue ao fim sem padecer?
Ha muitos nossas almas dão sinal de cansaço sem paixão, e a todos aqueles de braços abertos ao descaso, fica somente a indecisão sobre como dar sentido a esse nobre e sensivel coração.

Eu que há muitos já tive certeza,
ora sobre minhas duvidas e ora sobre o que eu sabia com clareza,
hoje delego ao acaso, os fatos que queiram me encontrar sem que preciso seja a força de algum especifico ato.
Já não vejo mais sentido em dominar os instintos e desejar tão somente que o pior de dois mundos
me seja permitido escantear de lado.

É preciso também o caos, o fiasco, o inutil bater das horas e o subestimado descaso. O adorno de um verso fadado pelo marasmo. Quero e preciso fazer valer essa solidão, para que toda poesia possa enfim encontrar um dia, alguma significância esperando sua razão. Nenhum afeto ficará pra traz, entregue ao ostracismo de dias esquecidos em mentes perdidas em imensidão. A todos os amores que eu amei, os que por um minuto eu resolvi que seriam a aurora que por ventura sonhei, libero o que não virou de fato a descansar no limbo das histórias que sem nenhum embaraço, podem morrer em paz sem ter virado por todos nós, um mar de paixão

quarta-feira, 25 de março de 2020

Bad romance

Eu sei que somos jovens e que ao menor sinal de vida, nosso medo morre. Somos viciados não em drogas mas em como elas nos tiram da realidade que nos assola.
Essa mesma realidade que nos convida a entender o que bate lá dentro, nos abandona como um adorno de carnaval que se esquece depois do esperado fevereiro. Nossos nomes não serão pra sempre escritos na história e isso há muitos me apavora.
Não nasci com vocação ao delével, e isso me atormenta tanto que todo meu pranto me torna um ser vulnerável. Se você me viu nua, e só, se isso te trouxe algum regozijo que se transforma em seguida em pó, por ti eu lamento. É muito pouco dentro de chances em um universo inexorável.
Eu sou uma dessas pessoas em imensidão. Eu tenho tanto medo do esquecimento que ao menor sinal de lamento, me lanço ao fogo com tamanha paixão. E a esse tempo de agora, me despeço com até logo, posto que quero dar a mim mesma alguma sentença de que haverá uma vida inteira à minha espera no mundo afora.

domingo, 15 de março de 2020

Believe, and leave it all behind

Às vezes leva um bom tempo para o que foi levado aos poucos retorne ao seu devido assento. E não há nada de errado nem de novo no que diz respeito ao alento necessário que devíamos dar um a um, aos tantos e aos poucos.
A nós mesmos vamos dando significado por conseguinte, sem criar barreiras que pouco a pouco, nos distingue. Por quanto tempo somos capazes de suportar a pouca própria estima, a ponto de negligenciar o que para nós, significaria imaginar uma inteira e bem vivida, vida?
Na fogueira de nossas vaidades, a nossa sanidade é posta em cheque o tempo todo, e a todos que participam - ora da gente mesmo e ora nossas vidas- só resta um spoiler mal feito de tudo que há do avesso escondido nas nossas feridas. É preciso recriar, ter a certeza que em algum lugar, nos perdemos no caminho da vida. E não há nada de errado em percorrer de novo, a estrada fértil onde esquecemos de carregar junto, nosso tão almejado pote de ouro. Antes de ter certeza sobre nosso pouco valor, é preciso ter ciência de que ao nosso redor, talvez não haja nenhum ser sapiente, mas muita gente descontente com o seu próprio calor. E o calor, essa matéria pungente que a toda hora nos rouba da gente, é o termômetro de que talvez haja excesso de vida ou pouca coisa latente.
Há gente que nos convida à distância. Que nos faz querer ficar longe, até mesmo das poucas e bonitas lembranças. Antes de se sentir pequeno, oriundo de lamento, certifique-se apenas de que não são suas células pequenas demais para o mundo tão cheio de ignorância, mas sim a estima errada que você da, a pessoas que talvez não mereçam a menor das importâncias!

Do not say my name

Sigilosos ais aqui dentro denotam, que todo o caminho que fôra preciso, despede-se ávido de todo o lamento contido. E se preciso fosse, arrancaria do peito com a mão, posto que a matéria que construiu o sofrimento já não reside nem se mistura com paixão. Ouvi dizer que eu me encontro calada, soturna talvez ou distante da toada, mas de todo o abismo que me habita, já não resta dúvida alguma que as partidas são enfim, a sorte que me faltava nessa estrada. Já foi dito por mim e eu confesso essa proeza, que dizer "adeus" era doloroso e daria ao coração, certa frieza. Hoje observo contente, que as distâncias impostas pelo destino são pra sempre, final feliz. Não tem lua que faça dali brotar, a única coisa que dali se sente falta, mas é grande demais para que consiga se notar. E a mim que já muito me importei, hoje só peço a proeza de em paz morrer, a história incrível que te contar um dia, eu tentei! 

sábado, 14 de março de 2020

Ode ao aspirante!

Inevitavelmente, uma hora tudo passa, e nem a dor e nem o amor são eternos companheiros dessa matéria confusa e tão escassa. Há de se orgulhar de tudo que demos, que foi sentido e de alguma forma disso padecemos, sentindo o vazio de uma recíproca vazia e cheia de lamentos. Eu sou essa matéria incandescente, que ao menor sinal de amor, pulso latente. Levo muito tempo  outrossim, pra saber que aqui dentro já começou a pulsar enfim. Não entrego meus afetos aleatório, e as vezes dos imbecis eu ignoro a incapacidade, e mesmo assim dedico tudo que sinto, com alguma força e bastante vontade. 
Eu costumava achar que seria indelevel, que as marcas onde eu internamente nos outros habitava, nunca seriam apagadas. Eles só querem nos esquecer ao fim das coisas. E não há nada de errado em estar do lado de cá, dos que pulsam sem lamento e amam sem nada esperar.  Eu espero essa vida me alcançar. Eu esperarei o tempo que for preciso para essa marca apagar. Dos delitos e das penas que cometi, me enobreço com a certeza de que nem todo mundo tem vocação pra permanecer até o fim, e a isso eu chamo sorte, embora a dor da partida se assemelhe mais com algo absorto sem um norte.
Não desistamos de acertar, de ser feliz e também de errar. O peso do amor nem sempre será tão 
difícil e insuportável de carregar. Tenhamos coragem! Há uma vida sem hipocrisia também a nos desejar! 

sexta-feira, 13 de março de 2020

Haja luz

Não há luz, nem promessa de luar.
Não há sangria desatada que me insista a lutar.
Em seus olhos sombrios, que resolvem me falar,
resta a palidez indecente de quem decidiu não se importar

E das coisas que importam, resta a coragem de resistir!
De fazer ficar acesa toda a alegria que me trouxe até aqui.
Que se faça luz em meio a toda essa sombra,
que me assombra desde o dia que te deixei de mim, partir

sábado, 7 de março de 2020

God knows!

O fenômeno dessa esfera latente que há muitos pulsa e almeja, me trouxe para algum lugar além do arco íris, uma rua confusa porém inebriante, sem retirar uma vírgula, ipsis litteris. O que há de novo afinal!?
É redundante dizer que sinto, posto que a minha matéria é toda feita do que é sentido, e de repente eu sou esse ser o qual me apresento, e digo: eu tenho fome, e sede, e pressa. E ressinto...
E o tempo que parece não se importar com nada disso, pouco faz quanto ao que verbalizo aqui ou cá dentro do coração falido. Tenho tanto sentenciado ao eterno: por que então nada se faz perene, sincero e infindo?
Tenho estado em paz, mesmo com a ebulição e toda a bagunça que ela faz. Há tanta vida lá fora que viver à espera já não importa agora. Estar genuinamente em discordância com o mundo traz benefícios que somente o fascínio dos meus planos me diz insistentemente, e eu nem confundo. Obrigada a tudo que me tirou a paz em pedaços, posto que agora, juntando o restante dos meus cacos, me sinto inteiramente nua, mas caminhante e contente por entre os ladrilhos dessa confusa, porém feliz e insinuante rua. 

quinta-feira, 5 de março de 2020

Oh Lord

Eu, tão pequena e às vezes frágil, me encontro força da natureza a dar conta de tudo que precisa de mim, ser ágil. Não sou dona de nada, nem da ciência que há em mim, mas me revelo aos que me cercam sem explicar muito, só permitindo que os caminhos não terminem em muros, mas que cheguem ao fim. Eu que insisti em portas tão largas como os erros de outrora,  hoje só quero a paz das coisas que vão enfim, ter peso no agora. Há em mim todos os sonhos do mundo,  e eles são capazes de servir de escada para mim, que há muito tempo permiti viver a esperança  num poço frio, vazio e escuro.