sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

O ancião e a baraúna

 Ouso sentir, e posso honestamente te dizer,
que cá dentro eu resisto ferozmente 
ao estrago e ao exato imenso de você.

Danço a noite toda por não querer ficar só,
e só estou no vazio de tentar aos poucos
desatar o que sobrou dos nossos nós.

Nós e tantos outros em verdades, escondidos em mentiras,
envoltos em vontades, 
talvez saudade. Quem sabe?

Saudade de um tempo que tudo exprimia paz,
que mentir um pouco e viver bastante, pra gente tanto faz.
Eu só não ouso dizer, ou dizer não sentir,
O estrago que cá dentro começou a me doer, a existir.

O peso do amor, de quantas verdades precisa pra ser?
Tenho morrido aos poucos e aos tantos, e ainda assim,
sigo a viver!

Me fala em versos, em dedos ou em rima,
o que eu faço com essa sina e inteira vontade de você!

Grande é o mundo, eu sou enorme vontade de viver.
E tudo em mim combina
com essa imensa vontade de não virar uma história de saudade,
fadada a se esquecer.

domingo, 22 de agosto de 2021

Hello darkness, my old friend

Explicar é mais fácil quando faz sentido. Quando sentir faz morada dentro dos braços que esquentam, que dão abrigo. Quando não tem medo a se esconder, onde o vazio faz morada, escondido. Quando o que se sente pode ser dito daqui até a imensidão do infinito.
Eu me calo. O que me resta dizer, sobre as coisas que me doem, é que eu não sobrevivi aos afetos e aos acasos. Vou me esconder na órbita mortuária de fingir que não sinto: é mais fácil sofrer em silêncio do que fazer de mim, novo jazigo.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Alternância de narrativa quando se precisa esconder o que cá dentro habita

 Dói, rasga, prende e afaga. Machuca, cura, se achega e afasta. Gosto, desgosto, uma incrível frequência. Espanto, quero, uma vontade imensa. Morde, assopra, morde outra vez, machuca outra vez. Quero, não gosto, mas sinto a presença, em meio a rudez . Às vezes o que resta de mim, nunca mais vai sossegar de verdade. É que aqui dentro tudo foi quebrado aos tantos pedaços, que só me resta essa insolente vontade. Vou ser pra sempre esse alguém que alterna a narrativa, numa tentativa indolente de esconder o que cá dentro, me habita.

sábado, 22 de maio de 2021

Vale se jogar

 Tô te esperando, amor.

De todo jeito, com o peito cheio,

Das saudades das nossas horas,

Como se nunca tivesse ido embora.


Tô te esperando, amor,

Deitada, dormindo.

Algumas vezes, sorrindo.

Como se nunca tivesse te deixado ir embora 


Tô te esperando, amor,

Apressa o vento, 

Já faz uma vida, faz tanto tempo! 

Como se eu nunca tivesse tido medo.


Tô te esperando, amor,

Mas você parece não existir.

Parece que é coisa minha,

Parece que vou de novo, desistir!




quarta-feira, 28 de abril de 2021

Pain in the ass

Não me sinto bem, mas não me sinto longe.

Só não me sinto dentro, e bem pelo contrário do que parece, pela vida eu sinto fome.

Nos prazeres eu insisto, talvez para dar sentido à essa coisa toda,

mesmo sabendo se tratar de uma tentativa em vão de fazer valer toda uma vida focada em coisas a toa! 

Pain in the ass!

 No fim, me senti bem de perto 

 do abraço apertado com as tristezas que

 intensamente eu ressinto 

e por ironia distinta, flerto. 

Tantas as vezes que insisti amar, 

e hoje percebo se tratar de dores escolhidas a dedo para submergir minha matéria 

e com toda a esperança, enfim me afogar!




quarta-feira, 14 de abril de 2021

Im already torn

O amor não nos visita duas vezes. Ora é calmaria, ora é desalento.

Pasmo com quem pela vida, encontrou duas vezes num colo, um pedaço de contentamento

quinta-feira, 18 de março de 2021

No fim, não vai sobrar nada. Dentro desse velho peito não restou coragem pra lutar pelo que falta

 E entre olhar pra dentro e encarar os fatos, eu prefiro o flerte diário com o que me resta de sanidade. Não é um fato consumado, que até mesmo os menores encantos estejam ao fim, confinados e fadados?

Wild horses - parte 1

Por eu ter escolhido pertencer,

foi que meu peito abafado padeceu sem querer. 

Eu não sei amar, ou ao menos não sei confiar, 

na espera que o tempo exige, 

no "o que tiver de ser, será".


Eu queria não ter que governar essa esfera, 

um carro desgovernado na contramão.

O amanhã me parece um lugar,

o qual meu medo prefere dar lugar a uma iminente solidão.

- essa coisa toda de amar me parece exigente demais pra ser vivido por alguém com um peito inteiro em ebulição

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

I believe in a thing called love, but I´m not sure if love believes in me

 Ouvi uma musica hoje, que me dizia querer que a gente se importasse em apressar. Que todos os angulos deviam ser observados, que devíamos ler sim as páginas na pressa de em algum lugar chegar. Que devíamos entre todas as coisas, no amor acreditar, ainda que Roma esteja em chamas e com nenhum Cesar em vista para salvar.

Eu sou sempre essa garota nada convencional. Quase nada a temer e muita matéria pra consertar. 1988 e eu era uma pequena criatura, perfeita em inocência e tão marcada em doçura. Lamento que agora eu já não saiba mais denotar, e que de todas as minhas lacunas, só se percebe o que me marca em loucura. É a primavera de minha vida e eu ainda insisto em ler os outros com meus olhos cheios de poesia. Sou profundamente marcada pela suavidade dos afetos, seja noite ou seja dia.

Minha mãe me falou que eu sonhava demais, e que dessa espera na janela, coisa boa não iria brotar. Que eu era uma alma solta, cativando afetos sem laços a toa. Prefiro dizer que eu ainda não sei dizer adeus a tudo que fui, mas que quero me apressar pra ser suave novamente. De todas as lutas que quero enfim acabar e esconder, é a guerra que travo aqui dentro que põe fim ao meu amor tão pueril, e latente