domingo, 29 de novembro de 2020

Ensaio sobre o que vai deixando de importar, e eu de me importar

 É afeto, mesmo quando não é pra ser. Quando mesmo lá no campo, perdido, sufoca entre as pedras e não consegue florescer. O colher não é para tudo, há amores que ficam melhores no escuro.

Há amor que cresce e enraíza, mas há também os saltos sem paraquedas na beira do abismo tamanha a euforia. Tem amor que não tem força para ser: é como um desatino, sem afeto. Uma poesia sem querer!

E tá tudo bem se não vai brotar agora no seu destino: têm amores que brilham melhor num futuro caminho. Tem amor que só de parecer ser amor, já é a sorte de uma vida inteira, mas como a brevidade das flores, esse tipo de amor se perde nas tentativas de sobreviver entre fronteiras. Dá adeus ao que poderia ser destino e vira memória eterna como uma velha brincadeira de alpendre da época que se era menino.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Superposition

Eu queria poder, meio assim sem querer, ter algum poder.

Dispenso a idiossincrasia da fartura, prosperidade injusta, estimada e imatura.

Não voaria daqui até o céu ou conheceria alguma desconhecida altura.

Queria mesmo poder dominar meus sentimentos e tudo aquilo que me sobeja a alma e parece

não ter cura