segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Panos de chão, Fluminense e Leaving on a jet plane


   Existem duas coisas que são infinitas: o universo e a minha vocação pela auto-destruição. Costumo dizer ser uma espécie de mistura da bomba atômica soviética com novelas mexicanas, aquelas mais complexas, melosas e bregas. Consigo reunir num único epicentro, uma agressividade cósmica, uma hostilidade quase colossal, um punhado de hamsters e um CD do Roberto Carlos. Dou vida a sentimentos animalescos, e por vezes deixo a animosidade ditar quem eu sou. Consigo ficar impenetravelmente sólida diante de um imbróglio do dia a dia mas não resisto a um animal me olhando comer na cantina da UFPB. Uma espécie de "Felicia" dos tempos modernos.
   Ao mesmo tempo em que me compadeço com questões sociais e etc, não consigo derreter minha alma quando o problema é meu mesmo. Não tenho pena de mim, de certa forma me machuco e deixo que os olhos vermelhos permeiem entre a realidade feliz e a tristeza aparente.
   Parei de tentar dar um fim a eles, inserindo outro problema. Deixei de sublimar as coisas, como numa tentativa de ignorar a questão mais latente dos meus últimos anos de vida. Nunca fui uma espécie de protagonista da minha própria vida, e sempre deixei que situações e pessoas tomassem o lugar o qual pertencia somente a mim. Decidi então que o pano de chão tem forma, por mais que não agrade e diferente que seja. Ele existe, não na cor que gostaria que fosse, mas na tonalidade que precisa ter, para existir. O Fluminense existe, os panos de chão aos montes e "..i dont know when i'll be back again..." . Com isso, não estou abolindo a escravatura de minha alma ante às questões que ainda moram e habitam o mesmo lugar que a bondade, a caridade e a inteligência. Se o amor for acessório, que exista somente a paixão, porquanto dure, e queime.
   Ter ou não ter uma pessoa comigo, hoje, não faz mais a cabeça. Se talvez exista um sub-espaço dentro dessa inteligência que prefira a beleza como forma de vida, que caia por terra. Que eu me conforme de alguma forma com o que me foi dado e espante de vez esse estigma que me deprime, possui e engloba o que sobra de confiança. Que eu escanteie de vez os medos, expurgues os fantasmas e exorcise os traumas e ânsias, pois ninguém merece isso. Se tiver de partir, que seja com um beijo, e nada mais!

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