quarta-feira, 10 de março de 2010

A função do poeta é apaziguar a dor de ser só, com o prazer de amar, daqueles que o podem de fato, viver!

     O amor cientifico é uma coisa programada, metódica. O belo foge completamente do mensurável. Não existe amor, se este for, apaziguado pelos padrões quantitativos. Ele se baseia impreterivelmente no indizível, no absoluto do ser. O amor se cria instantaneamente ao sorriso, gesto impensado ou batida lenta do coração. É como se puséssemos toda a dor que nos sufoca dentro de um barril e explodíssemos com ele, fazendo assim, cair do céu, faíscas de amor. Afinal, a dor se foi, e quando se vai, surge o amor.
    Há espaço dentro da gente para sempre findar um novo amor? Creio que sim. Não tenho propriedade para afirmar com certeza, posto que meu coração não coaduna muito com isso. Mesmo assim, continuo achando que mesmo dentro daqueles que outrora feridos [embora eu não concorde que amor fira] a coisa toda pode surgir novamente, e dessa vez , até mais intenso, já que, os erros do passado serão meticulosamente analisados.
    É abrir o coração, sem antes mesmo de tê-lo fechado. Se pudessemos quantizar isto, diria que é, como atravessar a linha do trem sem observar as direções opostas. De repente, somos atropelados e por mais incrível que pareça, gostamos. É um absurdo! Não chega a ser paradoxal, mas é sem sombra de dúvidas, algo espantoso, mas, gostoso de se viver.
     Uma vez me perguntaram de onde vinha a propriedade pra falar tão bem embora eu discorde sobre amor. Sinceramente não sei responder, posto que sou oca, vazia. Sinceramente,eu não sei sequer vivê-lo, mas, agradeço a pessoas que o fazem por mim, e aqui vai um agradecimento especial ao meu grande amigo Romero. Afinal, é para isso que servem os estupidos poetas, e aqui me entitulo como uma, claro. Vivemos para mensurar o amor, embora seja humanamente impossivel, posto que isso só é permitido a Deus. Vivemos para traduzir, o que é que acontece, quando a oxitocina entra em ação! Vivemos para apaziguar, dentro da gente, a dor de potencializar todo o sentimento, com a experiência daqueles, que, por presente divino, são concedidos o privilégio de amar sem medo ou causa.

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