terça-feira, 13 de abril de 2010

Quando ouvir o créu já não importa mais...

    Eu sei quão complicada eu sou. A Mandy [boneca assassina da foto também sabe]. Sei também que ultimamente eu tenho sido uma péssima companhia, graças ao meu incrível mau humor.Quase nada me agrada e as poucas coisas que me despertavam um sorriso, parecem se 'esvair' aos montes. Antigamente até ouvir o créu era divertido, e hoje em dia, nem ganhar do flamengo me dá prazer!
   Eu escuto uma série de conselhos engarrafados como se fossem milagres.Uns dizem que o problema é químico e com o uso de ansiolíticos, as coisas poderiam melhorar. Outros, associam o stress à falta [ou inexistência, em meu caso] de sexo e que 'umazinha' poderia me fazer sorrir até mesmo de uma injeção.
   BULLSHIT! Não se cura um estado emocional com remédios ou transa. Se fosse assim, garoto de programa era vendido em farmácia, e não nas esquinas.Saber das coisas antes me envaidecia e de repente, passei a assustar as pessoas com meu conhecimento demasiado. É mole você ouvir que 'é inteligente demais' pra se gostar e que por isso é melhor se afastar? É mole??
  Voltando a mim, percebo que de certa forma, tudo isso antes me envaidecia. Gostava de ser a garota mais inteligente do colégio e dos círculos de amizade. Era sempre aquela que conseguia manter um papo com caras dos 15 aos 45 facilmente, graças ao vasto conhecimento, fosse musical ou até mesmo 'futebolístico'. Meus olhos se enchiam quando ouvia alguém dizer que 'eu era estupidamente inteligente pra minha idade' e por diversas vezes vesti esse orgulho, subindo nele e gritando: ''I'M the queen of the world'' que nem o Boiolardo Di Caprio.
  Grande coisa. Hoje, aos 22 anos e com um baita de um mau humor que nem mesmo ouvir o Oasis cura, vejo que isso na verdade só serviu para que eu criasse um estigma de 'sabixona' e que me ter por perto no caso das garotas era um perigo, e no caso dos caras 'uma ameaça', já que eles preferem as mulheres em série [todas iguais, pensamentos iguais, roupas iguais...]. Às vezes você precisa passar por cima dos defeitos, negligenciar certos erros e entender certas falhas, justamente para que a vivência seja mais agradável. É normal que nem todos curtam Chico Buarque e dançar forró nem deve ser tão ruim assim. O problema é que eu exijo demais...
De mim e dos outros...
e no final, acabo voltando a estaca zero.

3 comentários:

Paterson Franco disse...

Poxa... lendo esse texto me bateu um arrependimento danado de não ter dado uma esticada até aí quando eu tava em PE :(
Se te serve de consolo, tamo no mesmo barco! Esse seu texto poderia estar no meu blog, se eu fosse mais aberto a discutir meus problemas assim.

Seu Marcelo disse...

Eis que tudo é efêmero e os dissabores corroboram para aperfeiçoar o aprendiz. O grande desafio reside em descobrirmos rapidamente não o "por quê" outrossim o "para quê" de cada experiência. Quando o fazemos, sentimo-nos como que libertos para seguir adiante, buscando novos embates contra nossos demônios.

"Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas." Saint-Exupéry

Paulo Eduardo disse...

Você está presa em uma redoma de vidro, como a borboleta do "O Colecionador"... Cuidado. Em todo caso, creio que os homens, eu inclusive, temem até certo ponto as mulheres inteligentes, pelo fato de serem uma constante ameaça... Podem ser medianamente inteligentes... Mas se for muito, abala o "alterego" de qualquer um.