quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Entre o que escrevo pro mundo e o que escrevo cá dentro


Entre uma pausa e outra, enquanto minha cabeça envereda numa frequência óbvia e louca, pauso a matéria útil e viajo na deficiência desse teu coração imaturo, ignóbil e inútil.
Desfaço o pensamento dessa necessidade de um bem querer, posto que não há motivos se é o que quer saber. Estava lendo os resquícios espoliados escritos por mim nessa paixão, e percebo que a matéria que os fez ser em razão do que são, não foi comentada ou sequer tocou o pretendido coração. Tornaram-se tal qual a tudo: um tempo perdido em ilusão.
Foram desenhados com todo viés de amor, embora eu saiba que reciprocidade não pode residir em espera, como quem almeja sentir o cheiro de uma flor. Foram de mim expurgados para que ganhassem vida no seu eu deturpado, que por muitos é tão desdenhado e por mim, estimado. Confesso que não há arrependimento, somente uma história misturada com o tempo que amarga profundo em lamento, o seu badalar perdido. Não resta nenhuma espera de sentir novamente um abrigo, posto que se assim o fosse, qual seria o sentido?
É preciso mais que o funcionar do peito para se estar vivo. Peço licença ao redundante, mas há num profundo instante ter que enfrentar de frente o que ainda não se enxerga obstante. 
Essa é a minha despedida de lamúria, posto que há em mim tanta vida em fúria que não permitirei um segundo mais de amargura. A coragem que me sobra se mistura à força de seguir em frente e construir enfim, uma verdadeira história, só que dessa vez, com finais contentes. A palavra amor e eu não mais nos permitiremos descontentes: ela enche de si e percebe que cá dentro, já não falta mais ninguém que não somente a gente 

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