terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Sobre os principados e potestades que me habitam

Os contrários aos quais pertenço, me persuadem a reviver para sempre os pedaços de mim que as vezes odeio, e de vez em quando, amo. Me pedem pra ver que mesmo perdendo, algum pote de ouro sempre eu ganho, e é sempre ganhando que perco alguma moeda dessas pelo canto. A beleza dos contrários me conduz a tentar protagonizar as histórias com paixão, pertencendo somente a aquilo que me enche de coragem - e talvez algum desatino, sem ilusão. Desatino esse que me fez pisar de volta ao chão dessa última vez, com certa loucura, posto que o amor é mesmo essa matéria tão obtusa. 
Pra sempre é um tempo muito longe entre o agora e ao que pertencerei uma hora. Por ora, eu sigo em paz, subindo sem me cansar, sabendo que lá na frente esses contrários me mostrarão o que agora não serei capaz de enxergar. Nem tudo tem vocação pra eternidade, e na duvida entre quem é delével e a quantas anda a coragem de descobrir quem é gente de verdade, lavo minhas mãos tal qual um rei. Se mesmo sem força de ação, o caminho do meio trouxer o que sempre esperei,  meu machucado coração abrirá espaço para o que a mim destinado foi, e de volta terei! 

Nenhum comentário: