terça-feira, 29 de setembro de 2020

Nunca se sabe qual o defeito que sustenta o edifício inteiro

 Essa vida tacanha de nada me interessa. Gente que se apequena diante das profusões dispostas à mesa, como se naufragasse num mar de desatino que impede ver o agora e o que por ventura se pode viver daqui até o infinito com bastante certezas.

É que há muitos sinto ojeriza, ora da forma como vivem os santos, ora da maneira fria que o amor sinaliza. Pergunto aos loucos e os que se dizem sentir como poucos: onde está a infinita e tortuosa melodia? Calem para sempre essa vida medíocre que tanto gritam a plenos pulmões como se perdidos em alguma sincope acordados em ilusões. Me devolvam a esperança de dias com hiperônimo, os apólogos e quimeras que eu sinto cá dentro mas que por algum lamento se perdeu num mar de sentimentos anônimos. Podemos enfim dar inicio a vida, antes que ela dê sinais de falência e encontre seu fim, entre um gole de wisky e o jornal do meio dia?

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