domingo, 6 de setembro de 2020

Bigger stronger

 Na grande maioria das vezes, eu me desinterpreto. Interpreto o que em mim não tem lugar, e faço de conta que sou levada - as vezes só pra ser levada em conta. Eu não sou nenhuma vela ao vento.

Talvez um salto sem paraquedas, um abismo de esperas. O tipo distônico de amores que ao menor sinal de vida, se lança de véspera. Eu não preciso dessa animosidade, nem do quarto trancado de emoções imersos em bagunça e intensidade: eu sobrevivo de quimeras. Se eu pudesse voltar no tempo, lançaria fora boa parte desse insano tormento, só pra viajar de volta pro simples, frágil e tão vago momento.

Eu não te disse nada, você quase nada soube. Eu queria ter partilhado o que naquele instante no meu olhar, não coube - ora pelo ímpeto esconderijo, ora pelo medo acostumado a viver com o que sobra, ou com o que ele de mim, roube. Eu queria ter existido em versos, não em prosa. Quisera ter sentido os olhares, em vez dos desejos vulgares. This is a crazy flipside!

Eu não preciso de nada disso, e tenho certeza que cabe menos dessa versão cá dentro desse abismo. Medo de ganhar, medo de perder. Medo de arriscar, medo de sofrer. Medo de sorrir, medo de chorar. Medo de sem mim, o mundo continuar. Daremos uma festa e dançaremos ate amanhecer, se um dia desses, o amor enfim puder dar uma segunda chance e enfim, florescer.

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