sexta-feira, 9 de março de 2012

Other side

  Às vezes eu me sinto um pouco como Ron Kovic. Quando muita coisa do que voce acredita fica por um fio de se desacreditar, toda a sua essência passa por uma ebulição de sensações, as quais muitas delas não fazem sentido algum se nao forem sentidas daqui de dentro, daqui de cima.
Meu mundo hoje permeia entre o descaso de mim e a intrínseca realidade habitual que convivo há anos, milenios talvez. Eu não me sinto preparada para desacreditar uma multidao acerca do que lhe convém achar, mas sempre que posso, tento dar algum sentido às coisas mais dóceis de se crer e que não faz mal nenhum, que nem chiclé. Eu, que convivo comigo 24h por dia, posso dizer sem nenhuma sombra de duvidas, que a maior regra da vida é amar. Amar em plenitude, e não por sexo, por status de facebook ou por uma casa branca com cerca branca. Me refiro ao amor literalmente gratuito, onde se doar por um ideal pode resultar numa benfajeza ainda maior. Fico assustada com a regra de que Deus é um carrasco malfeitor, que te pune e te envia pro inferno por se masturbar ou simplesmente pensar no amor, de forma mais livre. Não defendo nem critico nenhum dos mandamentos os quais aprendi ao longo dos anos, como coerentes e certos. Por vezes, me pergunto se tudo isso não é um cenário inventado, onde peça por peça se faz presente não por ser viva, mas por ser necessária, tamanha é a invenção humana. Por outra, sinto a alegria plena de me sentir amada por um Deus que esvazia-se de glória e se torna humano, justamente para dar mais razão ao que digo hoje: sem amor, eu nada seria!
E se nisso eu acredito, acredita-lo-ei em minhas averbações e verborragias, mas não como um Deus inventado, moldado dentro de paredes e doutrinas. Me despeço daquilo tudo que talvez não me faça sentir nem metade do frisson que somente um abraço apertado ou um sui generis latir de cachorros consegue exaurir de meu coração!

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