segunda-feira, 12 de março de 2012

O momento que antecede o pulo



  Que tal parar de me culpar? De te culpar?
Que tal olhar com os olhos do coração o que somente os olhos da carne teimam em enxergar?
Como seria se a gente ainda se amasse?
Como cantar quando a canção já deu notas de um azedo pistache?

Obrigada por existir, por ter me amado, por ter deixado te amar. 
De nada com o amor, com o tudo! Com o medo e com a vergonha
Não tem de quê, não tem do que reclamar!
Só tenho a te agradecer, por ser, ter, querer, negar.

Obrigada pelos beijos, outrora tão estimados
Pelo olhar manso, pelo toque, pelo sexo indelével!
Pelo pequeno pedaço de céu, 
Pelo calor embaixo do lençol,
Tão frio de algum perdido motel!

Por um jantar que não aconteceu,
Pela declaração que já morreu
Pelo amor que padeceu

Obrigada por sair primeiro, apague a luz,
Deixa que eu recolho a bagunça!
Que você seja
Que eu seja,
Um caminho de terra fértil, no caminho de outro alguém!

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