terça-feira, 13 de setembro de 2011

Soneto de infidelidade


  De onde vem a falta
   Vem também o medo
   Do que se esconde no escuro
   Do que parece  ser segredo!
   Que de nada valeria,
   Se tudo fosse, no fim, alegria!
   Que nada é contente,
   Se não for no mínimo, indecente 
   Que só entre quatro paredes se diz, 
   Só entre quatro paredes se sente!

   Da onde vem a falta
   Vem também a agonia
   De perder tudo que já foi
Já é, e talvez seria!
  Se não fosse a harmonia, talvez não  se desse a falta
  Que dentro de uma alma descontente, habita uma outra, calada.

Um comentário:

Paulo Eduardo disse...

" De onde vem a falta
Vem também o medo
Do que se esconde no escuro
Do que parece ser segredo!"


Que verso bonito! A beleza da linguagem de Vierbrunen se expressa na cadência, no ritmo e na agonia que transparece neste tão belo fragmento de vida!

Parabéns!