quinta-feira, 7 de abril de 2011

Os velhos olhos vermelhos voltaram...

    
   O difícil na arte do esquecimento consiste não no apagar dos souvenires, sejam eles físicos ou não. O interessante nessa matéria toda está justamente no sobreviver!
     Sobreviver as etapas que ficaram e que marcaram o coração, de alguma forma, seja lá como for. O brilho que fica, o cheiro, as cores e as situações que de certa maneira, acertaram o alvo: o nosso amor. O difícil na arte de esquecer alguém não é ignorar os lugares, músicas e comidas: é ignorar o sentido que a gente só sente quando ama. Saber que o sol brilha todo dia, mas que às vezes ele tem um brilho mais especial é diferente. Consumir uma pêra, uma maçã ou uma noite de sono só tem sabor quando não se tem dor associada. Uma fruta só é uma fruta quando estamos mal: quando estamos bem, é um pedaço de paraíso.
     Dificil sublimar a dor, as buzinas dos carros que tentam seus destinos de maneira quase animal, o chefe ao telefone e os quilos a mais! Dificil ignorar que se é infeliz por perder. Dificil engolir essa regra pronta de que é errando que se acerta...
     Impossível acreditar que algo bom ainda vá acontecer. Humanamente inexequível o otimismo, a certeza da vitória. Quando a lua parece apenas uma luz, quando o espelho só reflete um pedaço de alma sem carne, é ai que a dor atende mais forte!

    É dificil aceitar que somente o esquecimento é o sensato. Dificil crer em dias melhores, porque esses mesmos dias já foram super-estimados com alguém, com um ser como você! É quase infernal essa dor de ter que te tirar do único lugar onde você não deveria ter que sair...
   É quase impossível ter como esquecer...

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