Será essa uma nova modalidade de amar ou eu fiquei amortecida, sem um lugar no mundo do amor que nem os ursos polares com as 'capotas' de gelo derretendo ? Desde que soube que meu chérie não me ama perdidamente gosta de mim na reciprocidade do meu miocárdio tricolor, continuo com a mesma serenidade qual dia 20 de maio de 1987 quando respirei a primeira vez. Parece mentira, piada sarcástica ou bordão de quem levou um chute mas de fato não é: eu to feliz por ele! Descobri que o danado tá perdidamente apaixonado por uma garota e fiquei feliz! Baaaah sabem o que isso me custa? Muito!
É admitir que ou eu não gosto dele tanto quanto julga meu cerne ou que eu virei uma filha da puta insensível ou, como diria a Grace Kelly, proeminente a lidar com os chutes comprando uma Hermés fabulosa. As duas alternativas me apavoram tal qual os minutos finais das partidas onde o placar é de 1 gol de diferença, ou seja: MUITO! É admitir que numa das hipóteses eu não me conheço, ou que na outra eu me transformei, fui roubada pelo fracasso anterior a ponto de não ter havido tempo para uma regeneração, e acabei cicatrizando 'incompleta'.
De fato pus em prática aquele meu texto onde digo que o 'amor é livre' e parece que ao mesmo tempo, perdi um pouco da essência. Eu queria estar arrasada, culpar a Deus e chorar horrores mas ao invés disso continuo inteiraça e ensaiando os passos de Single Ladies em frente ao espelho. Sabe como é querer estar triste e chorando e não conseguir? Será que eu me perdi? Tô tão apaixonada que me dá nojo! Hahahaha.
E conclui que ainda não tô pronta [ou madura como o 'darling' diria] ou que não nasci para lidar com essa coisa toda de sentir calafrios e temores pré-encontros. A julgar que eu li o pequeno principe umas 30 vezes da infância pra cá, admito que diversas visões do que vem a ser o amor permeiam minha mente. Ora eu sinto que é como a dominação da rosa imperialista, ora livre como a raposa que o deixa ir sem maiores cobranças. Percebo que é complicado tudo isso e rogo pra quem for mais esperto do que eu nesse sentido, capaz de me explicar porque é que dói mas não chega de fato, a doer como eu paradoxalmente imaginaria que fosse. É uma batalha homérica, digna de uma continuação do Senhor dos Anéis, o que venho travando dentro de mim desde que decidi gostar de alguém, de novo. Pensava que a coisa toda girava no fato de querer me dar bem ao lado do pretendido mas hoje vejo que só o fato de gostar parece bastar, embora eu sinta um puta tesão em me arrancar na pele dele ardentemente só de pensar em tudo o quanto minha síndrome de Mozart me permite divagar. O poder que isso exerce em mim é bom e por ora me parece suficiente. Quero mais? Sim, quem não quer? Mas quem pode mais do que o amor? Absolutamente inguém...
Um comentário:
na verdade voce aprendeu que amar é dar o coracao e nao a vida
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