quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Qual a cor das cores?


  Meu coração é um paradoxo. Não consigo curá-lo dessa predileção pela solidão e ao mesmo tempo não desacostuma dessa arte de gostar de se sentir preenchido. Até entendê-lo, estarei velha!
  Nelson Rodrigues dizia que a solidão nascia do convívío com o outro e eu cá dou razão a ele. Nunca no mundo tão abarrotado de cristãos, islâmicos, judeus e ateus, nós estamos tão sozinhos como hoje. Nunca estar ao lado de alguém significou estar sozinha, como agora. Sinto a vaga latente, um contentamento descontente, até chegar do outro lado do coração. Às vezes acho que isso se dá por conta da eterna insatisfação do ser humano, o que de certa forma nos impulsiona a mudar, evoluir. Às vezes, acho que é por pura exigência. Acabo querendo e achando que o outro vai me impressionar a medida em que eu queimo e isso não está correto. A primeira regra de amar implica na falta de espera, a considerar que o amor é livre, e gratuito. 
  Sendo assim, da onde vem a falta? Onde ela se esconde?
  Talvez no pequeno pedaço onde a gente não consegue olhar, por mais próximo que esteja: a alma!
   É lá que escondemos todos os anseios e angustias que se mal administrados forem, acabam ocasionando uma vida de eterna espera.
  E esperar o que, pra que?  A vida infelizmente não toca conforme a nossa música e em muitos casos, o inesperado é o melhor a ser estimado. Não sei o que, ao longo dos meus últimos dias, aconteceu! O que eu sei é que essa agonia não passa, e a considerar a minha pressa por viver, vejo que venho queimando um arco-iris por dia, só pra tentar conseguir ver a cor das cores!

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