segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O eterno começa hoje!



  O mínimo detalhe escondido no tempo fica calado no holocausto dos dias exaustivamente gastos com bobagens. Crescemos, e esquecemos do apreço pelas coisas mínimas. Criamos, e esquecemos de dar vida às criaturas. O sol se poe e não vemos sua luz esvair.
  Por que era mais fácil ser criança? Por que a vaidade da fase adulta me faz perder o brilhantismo?
  São perguntas assim que me fazem sentir vergonha de ter 24 anos. Já não escrevo poemas baseados em rimas, já não suspiro com fita cassete, nem ao menos conto as horas pra ver o amor chegar. Cresci, e isso implica muita mudança, coisas que ficaram perdidas no tempo e espaço do crescimento, essa dor que não sentimos de imediato.  O amor, ou qualquer outro benefício divino, se perde nesse intercurso, e os valores se invertem. Já não se faz necessário tocar fundo, já não se perde mais tempo com beijos: o jogo é mais importante.
  "Nossa graça e vontade, derretem na chuva", pois era pouco e se acabou. Gastei muito tempo e aprendizado para enfim perceber que o amor está naquilo que despretensiosamente vai e volta, sem a menor das amarras ou cativeiros, sejam eles quais forem. Pro inferno tudo aquilo que me desgasta, me tira o brilho e a causa. Quero um amor sossegado, com cheiro de terra. Quero a pretensão de uma ligação, ou uma informação imparcial do que é meu sentimento. Quero aprender coisas novas, mesmo com a sensação de estar ensinando. Quero a intensidade de quem me tem intensamente. Quero a vida a dois,  com o amor somando em três. Quero amassos no cinema, mesmo odiando ir até ele. Quero choro, quero lágrimas, mas quero verdade. Quero ser para sentir, e não o contrário.  Quero oferecer a minha melhor metade. Quero esconder a timidez por trás de um beijo.  Quero sentir ao invés de enxergar, afinal, o essencial parece mesmo ser invisível aos seus olhos...

Um comentário:

Cloud. disse...

Nossa infância e os mínimos detalhes que a acompanham são como fotografias que não podemos guardar em lugar nenhum, há não ser na memória. Só que isso trás o medo, de perdemos nossa identidade, nos faz perguntar qual nossa verdadeira essência. Imagina a partida de um ente querido sem deixar nenhuma fotografia palpável, é perturbador pensar que com a enxurrada dos dias/anos poderemos chegar a esquecer sua face. Sobre o amor dos tempos atuais, a não ser que nos livremos das amarras dessa sociedade fast-food, fast-fuck, juntar dinheiro e ir morar numa ilha perdida da indonésia. O tempo vai parecer rápido demais e as superficialidades cada vez maiores.